Não houve, em Portugal, qualquer registo de organizações terroristas ou de terrorismo nacional ou internacional, em 2014, mas as autoridades afirmam que há portugueses a recrutar combatentes para o Iraque e para a Síria, “o principal palco da Jihad internacional”.
As informações constam do Relatório Anual de Segurança Interna disponibilizado esta terça-feira. No documento lê-se que, durante o ano de 2014, verificou-se “um incremento da ameaça representada pelo terrorismo jihadista, de matriz islamista, conotado com a Al Qaeda, com o Grupo Estado Islâmico (GEI) e grupos afiliados”.
A região da Síria e do Iraque transformaram-se no “principal palco da jihad internacional, particularmente na sequência da ascensão regional do GEI”, graças ao contingente vindo da Europa, entre os qual se contam alguns cidadãos portugueses e luso-descendentes.
As autoridades portuguesas dizem, no entanto, que não “há um envolvimento sistemático” de portugueses. Mas garantem que há “uma tendência de participação” de alguns cidadãos nacionais “convertidos em atividades de redes terroristas transnacionais”. Mais, existem não só portugueses a combater, mas também a recrutar combatentes ou elementos para se juntarem ao Estado Islâmico na Síria e no Iraque.
O Serviço de Informações e Segurança (SIS) tem trabalhado com várias polícias europeias e está atento aos “fenómenos de autoradicalização” e de ligações de portugueses a estes movimentos internacionais. Até agora, assegura o Gabinete Coordenador de Segurança liderado pela secretária geral do Sistema de Segurança Interna, Helenda Fazenda, “não foram recolhidos indícios que revelem a intenção ou capacidade de grupos terroristas islamistas, de estruturas locais ou de indivíduos isolados para atentarem contra alvos, seletivos ou indiscriminados, no nosso país”.