O ex-Presidente da República Jorge Sampaio considerou que os ‘Objetivos do Milénio’ foram um “extraordinário indutor do desenvolvimento” nos últimos 15 anos, mas no futuro a agenda só será bem-sucedida se “assentar numa parceria reforçada”.

“Qualquer que seja o texto final da agenda para o pós 2015, esta só será bem-sucedida se assentar numa parceria reforçada com base num compromisso firme entre todos os países, organizações e agentes quanto aos objetivos a alcançar, os prazos e os recursos a disponibilizar”, disse Jorge Sampaio na conferência “Pós 2015: o mundo que queremos”, organizada pela revista Courrier Internacional, em Lisboa.

O ex-Presidente da República afirmou também não ter “qualquer dúvida de que a agenda dos ODM [Objetivos de Desenvolvimento do Milénio], pela sua visão forte e simples, foi um extraordinário indutor do desenvolvimento nos últimos 15 anos”.

Para o antigo chefe de Estado, “nunca houve uma tão forte mobilização e conjunção internacional de esforços” ou uma “monotorização tão rigorosa dos processos realizados”, nunca os resultados foram obtidos “tão consistentemente” e de uma “forma tão sistemática e continuada” como nos últimos 15 anos.

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Quanto à agenda 2015/2030, Jorge Sampaio defendeu que os países devem prosseguir “firmemente os objetivo que ainda não foram alcançados”, bem como consolidar e reforçar os objetivos já conseguidos.

O antigo chefe de Estado apresentou ainda o desenvolvimento económico, a sustentabilidade ambiental e a inclusão social como as linhas mestras que qualquer sociedade deve adotar nos próximos 15 anos.

Durante a sua intervenção na primeira conferência que assinala os dez anos da publicação em português, o também antigo enviado do secretário-geral das Nações Unidas para a luta contra a tuberculose aproveitou para lembrar que antes de existirem os ODM “as grandes instituições financeiras internacionais, quer fosse o Banco Mundial ou o FMI [Fundo Monetário Internacional], até desincentivavam as políticas públicas em geral, como condição do seu apoio”, tanto nos países desenvolvidos como nos países em desenvolvimento.