A Grécia tem seis dias úteis para apresentar uma lista revista de propostas de reformas, um documento que vá mais longe do que o texto de 26 páginas que foi entregue na semana passada. O prazo foi estabelecido na quarta-feira pelos ministros das Finanças da zona euro, noticia esta quinta-feira o jornal grego Kathimerini. Grécia reconhece que “a situação de liquidez está a tornar-se muito grave” e pede que seja disponibilizada ajuda financeira antes de dia 24.
“Um prazo de seis dias úteis foi dado aos representantes gregos, para que estes apresentem propostas que possam ser aceites pelos credores”, escreve o jornal, citado pela agência Reuters. Os representantes dos credores têm salientado que o texto de 26 páginas apresentado pela Grécia vai no sentido correto e que dá mais garantias do que o documento anterior, que tinha 15 páginas, mas que o governo de Atenas tem de “ir mais longe” se quer que haja um acordo no Eurogrupo de 24 de abril.
Os credores defendem que o documento mais recente é demasiado otimista nas projeções de receitas fiscais, além de evitar o tema sensível das reformas do mercado de trabalho.
Atenas tem, assim, até à próxima quinta-feira, dia 16, para apresentar aos representantes dos credores uma nova lista de reformas, que promova uma aproximação entre os credores e o governo grego nos vários aspetos que continuam a separar as partes. Sem esse acordo, que desbloqueie a tranche de 7,2 mil milhões de euros que está pendente, as dificuldades financeiras irão agravar-se ainda mais.
Um participante nas conversações que se arrastam há várias semanas disse à Reuters que “do lado grego houve uma declaração clara de que a situação de liquidez está a tornar-se muito grave. E houve um apelo para que seja desbloqueado algum tipo de apoio de liquidez antes da reunião dos ministros das Finanças do Eurogrupo de dia 24”.
Contudo, “ninguém sabe como será possível fazer isso. Não existe qualquer disponibilidade para prestar apoio antes de que haja mais progressos em termos do programa de reformas”, disse a mesma fonte.
Já esta manhã, Yanis Varoufakis, o ministro das Finanças da Grécia, falou numa conferência em Paris. “As novas instituições europeias estão a oferecer soluções que não são satisfatórias”, defendeu o responsável, acrescentando que “apontar dedos de forma moralista” não irá ajudar a Grécia, tal como já tinha escrito no seu blogue há algumas semanas. Mas “é compreensível que instituições complexas tenham relutância em fazer o mea culpa“, notou Yanis Varoufakis.