Não é raro haver quem goste muito de vinho e seja incapaz de dizer o que são castas e taninos, perceber se o que está a provar é mais cítrico ou floral ou, tão pouco, servir a bebida sem respingar. E, atenção, não há mal nenhum nisso. Mas há solução.

Ao contrário da maioria dos cursos de vinho do mercado, destinados sobretudo a quem já percebe alguma coisa do assunto mas quer aprofundar conhecimentos, os da Wine Service 4 You, empresa de três escanções experientes, de méritos reconhecidos — Manuel Moreira, Sérgio Antunes e Giscard Müller — podem ser feitos à medida de quem pouco ou nada sabe. Ou seja, além da empresa fazer formação e consultoria de profissionais e providenciar, sempre que necessário, serviços de sommelier para empresas ou particulares, também é capaz de descer ao nível mais básico da matéria e ensinar o bê-á-bá do vinho a quem o quiser aprender. E isto através de workshops rápidos, intuitivos e interessantes, que respondem às perguntas que nem sempre há quem tenha coragem de fazer.

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Sérgio, Giscard e Manuel, os homens da Wine Service 4 You. (foto: Jorge Simão)

Afinal, o que é o vinho?
Este tipo de sessões começa por aqui, com uma breve explicação sobre a bebida. Os tipos de uva, a fermentação e o que distingue o processo dos vinhos licorosos dos restantes. É possível, por exemplo, aprender que a cor de um vinho rosé pode ser escolhida pelo produtor, já que depende do tempo de prensagem das uvas ou que o vinho verde não é verde mas sim feito de uvas que no seu estado perfeito de maturação têm essa cor.

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Como é que se identificam aromas no vinho?
Depois de feita a contextualização, passa-se à primeira fase prática, que ainda não envolve garrafas nem copos, mas que é essencial para perceber como é que se pode encontrar num copo de vinho aromas tão diferentes como frutos vermelhos, pimenta ou avelãs. São apresentados uma série de extratos não identificados em pequenos frascos e pede-se às pessoas que tentem adivinhar o aroma correspondente. Não é fácil, mas serve para exercitar a memória olfativa. É que encontrar aromas é sobretudo isso, um jogo de memória.

ANIANE, FRANCE - MAY 23: Actor Gerard Depardieu (along with his partner Bernard Magrez) presents his new 2004 vin de garage vintage wine called "Le bien decide" at his 3 hectare vineyard "Coteaux du Languedoc" in Aniane, near Montpellier, on May 23, 2005 in Aniane, France. (Photo by Pascal Parrot/Getty Images)

Não é preciso um nariz como o de Gerard Depardieu para encontrar os aromas do vinho. (foto: Pascal Parrot/Getty Images)

Quando o vinho é servido, o que se deve procurar no copo?
Quando se passa para a prova de vinhos propriamente dita, aprende-se a interpretar o seu aspeto visual: se há partículas, se não há partículas, o que é que a cor pode denunciar — por exemplo, com a idade o vinho branco ganha cor e o tinto perde-a — e quais são os seus aromas primários, aqueles que se identificam ainda antes de agitar o copo e libertar os aromas secundários. Nesta altura também se consegue avaliar a lágrima, uma espécie de rasto que o vinho deixa nas paredes do copo: quanto mais tempo estes vestígios perdurarem, maior será o teor alcoólico.

Porque é que no mesmo ano pode haver bons e maus vinhos?
A prova dos diferentes vinhos, que os responsáveis tentam sempre que sejam diferenciadores, independentemente dos rótulos, vai levando à conversa. E com a conversa descobre-se, por exemplo, que o mesmo ano pode dar vinhos muito melhores a uma região do que a outra. É o caso de 2014, por exemplo, que vai ser um ano melhor no Algarve do que noutras regiões. E isto porquê? Porque o Algarve é a primeira região do país a fazer a vindima (a ordem segue de Sul para Norte), logo, não foi afetada pelas chuvas e frio do último verão.

TEL AVIV, ISRAEL - NOVEMBER 13:  A visitor swirls a red wine in his galss at the Sommelier 2007 wine festival, the premier gathering for Israeli food and wine prefessionals November 13, 2007 in Tel Aviv. Wine was first produced in the Land of Israel in biblical times, and 125 years have past since Baron Edmond de Rothschild established Israel's modern wine industry in 1882. Today, consumption has risen to more than 7 litres per person per annum with both boutique wineries such as Margalit and large-scale producers such as Carmel Mizrahi and Golan Heights using innovative techniques, chemistry and Israel's diverse terroir to produce award-winning wines.  (Photo by David Silverman/Getty Images)

Quanto mais vestígios de vinho ficarem nas paredes do copo maior é o seu teor alcoólico. (foto: David Silverman/Getty Images)

Porque é que há vinhos chamados minerais e outros com aromas marítimos?
Quando a sessão inclui a prova de um vinho menos conhecido, como o Casal de Santa Maria, de Colares, aprende-se até que ponto a zona envolvente a uma vinha pode influenciar o produto final. Neste caso, como esta está plantada muito perto do mar (é a vinha mais ocidental da Europa), une-se o sal marítimo trazido pelo vento à humidade natural da região para dar ao vinho um aroma natural a maresia. Da mesma forma, os vinhos que têm origem em zonas rochosas ficam com maior mineralidade.

Quando é que a acidez de um vinho é boa?
Ouvindo o formador elogiar a acidez de um vinho é normal perguntar: quando é que a acidez é uma qualidade? A resposta é simples: a acidez é boa se fizer salivar e má se causar incómodo. Tão simples quanto isso.

Como é que se abre corretamente uma garrafa de vinho?
Não há que ter pejo em fazer esta pergunta, até porque há muita gente que faz um alarido desnecessário em torno do simples ato de sacar a rolha. Uma dica: não se corta o invólucro por cima, mas sim por baixo, e retira-se tudo para não correr o risco de caírem pedaços dentro do copo ao servir. Outra: jamais se deve prender a garrafa entre as pernas para puxar a rolha. Deve usar-se a força do saca-rolhas em vez da força dos braços. E quanto àquela história de que o barulho da rolha a sair é que diz que o vinho está bom…é mito, nada mais que isso.

Qual a melhor forma de combinar vinhos e comida?
Esta é outra parte importante deste tipo de sessão, desfazer a velha ideia de que o vinho branco só serve para acompanhar peixe, o tinto é bom para carne e os vinhos doces para a sobremesa. Não necessariamente. Há vinhos brancos excelentes para acompanhar pratos de carne e escolher um vinho doce para acompanhar uma sobremesa ainda mais doce pode ser um sacrilégio. Porque não pensar ao contrário: que comida é que vai bem com o vinho?

Estes workshops exigem o mínimo de 8/10 pessoas e os preços começam nos 30€ por pessoa. Caso o grupo queira, pode ser organizada uma sessão com jantar incluído. Também há possibilidade de juntar vários interessados para formar um grupo com o mínimo de participantes exigido. Mais informações no site da Wine Service 4 You ou através do email info@wine4.eu.