O governo liderado por Alexis Tsipras “destruiu” a economia grega e os progressos que tinham sido feitos nos anos anteriores para a modificar, de forma a evitar que o país se transformasse num “poço sem fundo“. O ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schäuble, lamenta que o governo esteja a recuar nas reformas e adianta que “ninguém espera” um acordo no Eurogrupo da próxima semana para entregar mais financiamento público à Grécia numa altura em que o buraco nas contas do Estado se está a agravar.

É uma tragédia“, diz Schäuble, a partir de Nova Iorque, numa alusão ao que considera ter sido um recuo grave por parte do novo governo em relação às reformas que estavam a ser promovidas no país. O Ministério de Schäuble desmentiu esta tarde a notícia do Die Zeit desta manhã que dizia que o governo alemão está a preparar um plano que visa manter a Grécia na zona euro mesmo que o país venha a falhar um pagamento de dívida nas próximas semanas.

Esta quarta-feira saíram, também, dados que demonstram que, nas palavras do ministro eslovaco Peter Kazimir, “a Grécia está cada vez mais perto do abismo”. O saldo orçamental primário (ou seja, a diferença entre receitas e despesas excluindo juros da dívida) baixou para pouco mais de mil milhões em janeiro e fevereiro, contra os 3,17 mil milhões que existiam no mesmo período do ano passado.

Estes foram dados divulgados esta quarta-feira pelo Ministério das Finanças da Grécia. O instituto de estatísticas, por seu lado, adiantou que o défice orçamental da Grécia atingiu os 3,5% do PIB em 2014, com um saldo primário positivo de apenas 0,4%. A dívida pública fechou o ano em 177% do PIB, em 317 mil milhões de euros.

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