O secretário de Estado da Energia negou este sábado ter favorecido a EDP na contribuição extraordinária do setor energético (CESE), respondendo assim a uma denúncia de Manuel Champalimaud sobre a contratação do pai do governante como consultor da EDP.

Na sexta-feira, Manuel Champalimaud — enquanto acionista da REN, empresa penalizada com o alargamento ao setor energético da CESE — disse que a EDP soube defender-se “politicamente” da CESE, exemplificando com o facto de a empresa ter contratado “recentemente” o pai do secretário de Estado da Energia, Artur Trindade.

Em comunicado divulgado este sábado, o governante recusa qualquer intervenção sua no sentido de favorecer a EDP: “Venho por este meio repudiar e negar estas afirmações e insinuações que atentam de forma torpe contra o meu bom nome, reiterando a sua falsidade, bem como a sua evidente desconformidade com os factos”, refere no comunicado. Artur Trindade destaca que a EDP é a empresa “com mais ativos afetados” pela CESE e, portanto, a maior pagadora daquela contribuição.

“Contrariamente ao que é insinuado, esta empresa não foi objeto de qualquer isenção, proteção ou redução de taxa CESE”, acrescenta, explicando que o processo de reforma do setor energético afeta negativamente os interesses de muitas das empresas do setor e”, naturalmente, desagrada aos respetivos acionistas, mas tal não justifica o ataque pessoal”. Artur Trindade diz ainda que as medidas tomadas pelo Governo não visam prejudicar os seus acionistas, entre os quais Manuel Champalimaud, mas sim cumprir com objetivos nacionais de defesa do interesse público.

O pai do secretário de Estado da Energia, que também se chama Artur Trindade, é consultor externo da EDP desde 2013, no âmbito de comité de autarquias, órgão criado em 2012.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR