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Dez filmes a ver (mesmo) no IndieLisboa

Este artigo tem mais de 5 anos

Entre ficções norte-americanas, iranianas e francesas, documentários portugueses ou austríacos e um musical britânico, eis uma mão cheia de sugestões seleccionadas no vasto programa do Indie 2015.

9 fotos

A 12ª edição do IndieLisboa (de hoje a dia 3 de Maio) apresenta, entre outras novidades, uma secção de Competição Nacional autonomizada e com reforço de títulos, e uma remodelação nas secções que compõem o festival. A oferta de cinema independente em todas as suas declinações e das mais diversas proveniências, em longas e curtas-metragens, documentários e animação, continua ampla e variadíssima.

Por isso, e também para ajudar a separar as pérolas da inevitável palha, aqui estão dez sugestões pessoais em forma de guia para aquele que já se afirmou como um dos maiores, mais mobilizadores de público e significativos festivais de cinema portugueses, e um dos mais importantes do género na paisagem europeia.

1. “Enquanto Somos Jovens” (Noah Baumbach)
O Indie antestreia o novo filme do autor de “A Lula e a Baleia”, “Greenberg” e “Frances Ha”, uma sátira à classe urbana, artística e liberal no seu “habitat” novaiorquino, e que costuma ser um dos alvos favoritos de Woody Allen. Ben Stiller e Naomi Watts interpretam um casal na crise da meia idade, cuja vida é modificada por outro casal, mais jovem (Adam Driver e Amanda Seyfried) com o qual se começam a relacionar, e cujos valores, gostos, estilo de vida e visão do mundo e da existência são o inverso dos deles. (Hoje, Culturgest, 21h30, Sessões Especiais).

“Trailer” de “Enquanto Somos Jovens”

2. “Melbourne” (Nima Javidi)
Se só tiver tempo ou oportunidade de ver um filme da Competição Internacional, então pode escolher a estreia na realização do iraniano Nima Javidi, que escolhe muito bem. Descrever o enredo de “Melbourne” é estragar a finíssima, quase insuportável tensão que domina esta magnífica fita, toda passada no interior de um apartamento de Teerão. Um casal que se prepara para emigrar para a Austrália e está a poucas horas de apanhar o avião, vê-se envolvido numa situação inesperada e dilacerante, que pode levar tudo a perder. (Dia 30, Culturgest, 21h30, Competição Internacional/Repete dia 1 de Maio, Cinema Ideal, 18h00)

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“Trailer” de “Melbourne”

3. “A Toca do Lobo” (Catarina Mourão)
Neta do escritor Tomaz de Figueiredo, autor, entre outros, de um romance que dá título a este filme, Catarina Mourão assina aqui um documentário onde vira a sua curiosidade, e a câmara, para dentro da sua família. Entre depoimentos de parentes, velhas fotografias, memórias do passado, cadernos, cartas e papéis antigos, imagens de “home movies” ou de arquivo da RTP, dramas e acontecimentos incómodos que ficaram em família, a realizadora acaba por ficar a conhecer melhor o avô. E acaba-se por criar uma ponte entre este e os bisnetos, graças à mais anódina das colecções deixada por Tomaz de Figueiredo no seu espólio. (Dia 28, Culturgest, 21h30, Competição Nacional/Repete dia 30, Culturgest, 16h30).

“Trailer” de “A Toca do Lobo”

4. “Le Paradis” (Alain Cavalier)
O octogenário realizador francês que nos tem dado alguns dos mais belos exemplos do chamado “cinema do eu”, armado apenas com a sua câmara digital, prolonga aqui as experiências de obras anteriores como “Le Filmeur” (2005) e “Irène” (2009), filmando a natureza que o rodeia, e a que dedica a máxima atenção, como se do Paraíso se tratasse. E essa natureza tanto pode servir para accionar as recordações da infância, como para proporcionar reflexões sobre o transcendente ou a morte que está mais perto a cada ano que passa, mas não é encarada com temor. (Dia 25, São Jorge 3, 23h45 Silvestre/Repete dia 3 de Maio, São Jorge 3, 15h00)

“Trailer” de “Le Paradis”

5. “Les Gants Blancs” (Louise Traon)
Manoel de Oliveira também está presente no Indie 2015, através deste documentário sobre Valérie Loiseleux, que montou mais de 20 filmes do falecido autor de “Francisca”, desde “A Divina Comédia” (1991)  até ao último, a curta “Chafariz das Virtudes” (2014) o “trailer” da Viennale desse ano. A realizadora cruza cenas de Loiseleux a trabalhar nos filmes de Oliveira, com ou sem a presença dele, com imagens da rodagem de diversos filmes seus, e ouve-a discorrer sobre o seu ofício, as diferenças entre montar celulóide e em computador, o que se perdeu de contacto físico com a era digital, e sobre as impressões do seu convívio de décadas com o cineasta português. (Dia 30, Cinemateca, 19h00, Director’s Cut)

“Trailer” de “Les Gants Blancs”

6. “Na Cave” (Ulrich Seidl)
Autor da trilogia “Paradis”, desse olhar gelado e desapaixonado sobre a emigração a Leste que é “Import/Export”, ou de “Dog Days”, uma colecção de instantâneos entre o descritivo e o satírico dos subúrbios de Viena num inclemente dia de Verão, o austríaco Ulrich Seidl, neste novo documentário, foi à procura daquilo que os seus compatriotas guardam (ou escondem) e fazem nas suas caves, garagens e sótãos, e o que tudo isso diz sobre eles. O resultado é um dos filmes mais desconcertantes, mais divertidos e mais reveladores da natureza humana que poderá ver neste IndieLisboa.  (Dia 27, São Jorge-Sala Manoel de Oliveira, 21h45, Boca do Inferno).

“Trailer” de “Na Cave”

7. “God Help the Girl” (Stuart Murdoch)
Nascido em 2013 como um projecto musical com o mesmo título, “God Help the Girl”, de Stuart Murdoch, o líder dos Belle and Sebastian, é agora também um filme – ou um muisical “indie” – passado em Glasgow. Eve (Emily Browning) é uma rapariga que está num hospital psiquiátrico devido a complicações emocionais, e que começa a escrever canções como forma de terapia e para ultrapassar os seus problemas. Farta de estar na clínica, Eve evade-se e encontra um casal de músicos, James e Cassie, com os quais forma uma banda chamada… God Help the Girl. (Dia 25, São Jorge-Sala Manoel de Oliveira, 21h45, Indie-Music)

“Trailer” de “God Help the Girl”

8. “A Arte da Luz tem 20.000 Anos” (João Botelho)
Uma visita ao Vale do Côa e às pinturas rupestres aí preservadas, na companhia de Joana Botelho, filha do realizador, e de António Martinho Baptista, o director do Museu do Côa, que nos permite o acesso a algumas zonas que estão fora do olhar do público. O entusiasmo do realizador por este tesouro da arte pré-histórica descoberto em Portugal percorre todo o documentário, e leva-o a fazer associações entre as gravuras do Côa e as origens remotas do cinema. Em complemento, também de João Botelho, passa a curta “Nos Campos em Volta”, sobre a busca de vestígios arqueológicas nos campos em redor de Serpa. (Dia 24, São Jorge-Sala Manoel de Oliveira, 19h00, Sessões Especiais).

A Arte da Luz tem 20.000 Anos trailer from Ar de Filmes on Vimeo.

“Trailer” de “A Arte da Luz tem 20.000 Anos”

9. “Eden” (Mia Hansen-Love)
Juntamente com o norte-americano Whit Stillman, a francesa Mia Hansen-Love é um dos Heróis Independentes da edição deste ano do IndieLisboa (seria mais apropriado chamar-lhe Heroína Independente…). Vão ser exibidos os cinco filmes que ela já rodou até agora, dois dos quais vistos em Portugal (“O Pai das Minhas Filhas”, de 2009, e “Um Amor de Juventude”, de 2011). O mais recente é este “Eden”, a história de um DJ (personagem baseada no irmão da cineasta, Sven Hansen-Love, co-autor, com ela, do argumento), pioneiro da música electrónica francesa, ou “French house”, na década de 90, quando surgiram também os Daft Punk. (Dia 25, Culturgest, 21.15, Herói Independente).

“Trailer” de “Eden”

10. “Damsels in Distress” (Whit Stillman)
Apesar de ter rodado só quatro filmes desde “Metropolitan” (1990), Whit Stillman é uma das referências maiores do cinema “indie” dos EUA, apontado como exemplo e influência por cineastas como Wes Anderson ou Noah Baumbach. Nenhum dos seus filmes teve exibição comercial em Portugal, pelo que é de aproveitar para os ver agora. Além do citado “Metropolitan”, eles são “Barcelona” (1994), “The Last Days of Disco” (1998) e este “Damsels in Distress” (2011), com Greta Gerwig e Adam Brody, passado nas repúblicas de estudantes da Universidade de Harvard, que Stillman frequentou, e que fala para as comédias de Preston Sturges e para os musicais de Fred Astaire e Ginger Rogers. (Dia 3 de Maio, São Jorge-Sala Manoel de Oliveira, 19h00, Herói Independente).

“Trailer” de “Damsels in Distress”

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