Os homens foram executados na prisão de alta segurança de Nusakambangan, mas uma mulher filipina foi poupada. “Respeitamos a soberania da Indonésia, mas consideramos lamentável o que está a ser feito e não podemos continuar como se fosse uma situação habitual”, disse o primeiro-ministro australiano Tony Abbott. “Por esse motivo, quando todas as cortesias forem prestadas às famílias de Chan e Sukumaran o nosso embaixador será retirado para consulta”, afirmou.

A ministra dos Negócios Estrangeiros, Julie Bishop, descreveu Andrew Chan e Myuran Sukumaran, líderes de um gangue de tráfico de heroína, como homens novos após os vários anos na prisão. A Austrália lançou uma vasta campanha para salvar os seus cidadãos que se encontravam no corredor da morte há quase uma década. É a primeira vez que um embaixador australiano é retirado devido a uma execução por crimes de droga, mas Abbott considerou que o castigo aplicado aos homens foi desta vez “cruel e desnecessário”, motivando a medida sem precedentes de chamar Paul Grigson de volta à Austrália.

Num comunicado, as famílias disseram que os seus filhos fizeram “tudo o que puderam para emendar os seus erros, ajudando muitos outros” após terem sido detidos – Sukumaran ensinava inglês aos outros reclusos e Chan foi ordenado padre em fevereiro. “Eles pediram misericórdia, mas não receberam nada. Estavam profundamente agradecidos por todo o apoio demonstrado e nós também estaremos eternamente agradecidos”, escreveram as famílias.

Filipinas agradecem à Indonésia por ter suspendido execução da sua cidadã

Entretanto o Governo das Filipinas agradeceu à Indonésia a suspensão da execução da filipina Mary Jane Veloso, condenada à morte por crimes de droga. “É um alívio que a execução de Mary Jane Veloso não se tenha levado a cabo. O Senhor respondeu às nossas preces”, disse o porta-voz do departamento dos Negócios Estrangeiros, Charles Jose, de acordo com o portal Rappler.

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O Presidente das Filipinas, Benigno Aquino, pediu que Veloso fosse testemunha num caso contra Maria Cristina Sergio, responsável por enviar a condenada à Indonésia com 2,6 quilos de heroína em 2010. “Houve um pedido do Presidente das Filipinas em relação a um suspeito de tráfico de pessoas, que se entregou às autoridades. Mary Jane é necessária como testemunha”, explicou o porta-voz do procurador-geral, em comunicado.

Veloso, mãe solteira de dois filhos, vai deixar a prisão de alta segurança e será transportada para uma prisão comum em Yogyakarta, enquanto aguarda que os seus representantes negoceiem se é levada para as Filipinas ou se presta depoimento na Indonésia.