O fotógrafo neozelandês Henry Hargreaves acha que não há soluções milagrosas para perder peso, ao contrário daquilo de que nos querem convencer: “o valor energético está em todo o lado — pela crença opressora de que informação é poder —, mas só torna mais deprimente o facto de não se conseguir vencer a tentação”, escreve no seu site.
Para Hargreaves, que vive em Brooklyn, só há portanto uma maneira eficaz de queimar calorias — e foi isso que registou na sua série Burning Calories: juntamente com a pasteleira Amirah Kassem criou bolos que imitam muito fielmente clássicos de fast food, incendiou-os com um líquido inflamável e um maçarico, e fotografou-os.
“Os problemas de obesidade norte-americanos (e em muitos outros sítios) estão mesmo à frente dos nossos olhos. Não apenas nas pessoas que vemos na rua ou na informação sobre o impacto que esta doença tem na saúde dos indivíduos e da sociedade, mas também no ruído sempre presente das aparentes soluções”, lê-se no site do fotógrafo que acrescenta que, apesar de tanta informação, as calorias acumulam-se em nós.
Hargreaves, que contou ao The Wire que também tem de lutar para não cair na tentação da comida “apetecível aos olhos mas cheia de ingredientes pouco saudáveis”, quer explorar a relação entre a comida, a cultura e a personalidade. No seu portefólio há por isso outras séries dedicadas ao que andamos a comer, especialmente nos Estados Unidos da América.
Com Ready for Dinner, o fotógrafo explorou a realidade daqueles que acreditam no fim do mundo e que guardam mantimentos em casa para o juízo final; na série No Seconds reconstituiu a última refeição de pessoas a quem foi declarada pena de morte e que, por causa da lei do Last Meal que alguns Estados norte-americanos mantêm, puderam escolher o que comer pela última vez; e em Food Maps desenhou mapas com os alimentos icónicos de cada região do mundo.
Sem mais coordenadas, veja as calorias a arder na fotogaleria.