A Grécia viveu um 1.º Maio singular, já que pela primeira vez um Governo saiu à rua ao lado dos cidadãos para reclamar os mesmos objetivos, acabar com as políticas de austeridade e restaurar os direitos laborais.

O ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, apareceu sorridente e sem escolta no meio da manifestação principal no centro de Atenas, na qual participaram homens e mulheres de todas as idades.

Varoufakis recusou fazer qualquer comentário político, enquanto outros ministros se alinharam com os desejos do povo de acabar com as políticas de austeridade e reiteram as promessas do Governo de não passar as suas “linhas vermelhas”.

“As linhas vermelhas do Governo são profundamente vermelhas”, assegurou o ministro do Trabalho, Panos Skurletis, numa alusão à promessa do Governo de não desistir dos planos de restaurar os convénios coletivos e o salário mínimo, nem de ceder às pretensões dos credores de reduzir as pensões e os salários do setor público.

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O ministro da Energia, Panayotis Lafazanis, que desfilou com os sindicatos no principio da manifestação, sublinhou que o Governo “não vai assinar qualquer acordo que esteja em contradição com o programa do Syriza (o partido no governo)” e garantiu que “os credores podem esquecer” esta hipótese.

Ao contrário do que tinha circulado nos meios, o primeiro-ministro, Alexis Tsipras, não participou na manifestação, mas deixou uma mensagem na sua conta do Twitter.

“A nossa luta pela proteção e ampliação dos nossos direitos, pela democracia e pela vida com dignidade vencerá”, escreveu.

Tendo em conta que o Dia do Trabalhador caiu este ano numa ‘ponte’, a participação de cerca de 15 mil pessoas na manifestação de Atenas não é nada diminuta para a Grécia, onde nos últimos anos tem havido muitos protestos, mas com poucos participantes.