O escritor moçambicano Mia Couto disse hoje à agência Lusa que ficou surpreendido com a nomeação para os dez finalistas do Man Booker International Prize e adiantou que nunca pensou que o seu nome pudesse ser considerado sequer. “É uma grande surpresa. Em primeiro lugar, nunca pensei que o meu nome pudesse ser considerado sequer”, afirmou o escritor moçambicano.

Mia Couto deslocou-se esta segunda-feira a Castelo Branco, onde vai ser alvo de uma homenagem no encerramento do Festival Literário Fronteira.

“Não é falsa modéstia, mas sinceramente nunca percebi exatamente quais são os critérios destas coisas, num território que é tão pouco tangível, como é que se comparam os escritores. Claro, estou a dizer tudo isto mas é uma grande alegria que eu tive, uma surpresa”, adiantou.

O Man Booker International Prize é um galardão internacional atribuído de dois em dois anos, a um autor de ficção com obra publicada em língua inglesa, original ou traduzida, e reconhece o trabalho pessoal e não de uma obra em particular.

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César Aira (Argentina), Hoda Barakat (Líbano), Maryse Condé (Guadalupe), Amitav Ghosh (Índia), Fanny Howe (Estados Unidos da América), Ibrahim al-Koni (Líbia), Lázló Krasznahorkai (Hungria), Alain Mabanckou (República do Congo) e Marlene van Niekerk (África do Sul) são os restantes finalistas candidatos ao prémio de 81.500 euros.

O escritor moçambicano sublinhou ainda que acha que só vai estar nos dez selecionados. “Neste tipo de assuntos eu faço de conta que estou morto. Nem sequer nutro alguma expectativa. Em relação a tudo o que é a minha vida, não nutro expectativas, nem más nem boas”, concluiu.

Em relação à homenagem que lhe vai ser feita em Castelo Branco, mostrou-se satisfeito. “Tenho uma vaidade, não escondo, de ter este encontro com os lugares por via daquilo que é mais precioso para mim que é a escrita”, disse.