A Grécia recorreu aos fundos de emergência que tinha depositados no Fundo Monetário Internacional (FMI) para conseguir pagar esta terça-feira os 750 milhões de euros que devia a essa mesma instituição. A decisão, avançada por fonte do banco central grego citada pela Reuters, ilustra as graves dificuldades do Tesouro grego já que estes eram fundos em que não se devia tocar e que apenas terão dado um balão de oxigénio para mais um “par de semanas”, como reconheceu o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis.
Os países-membros do FMI são obrigados a manter uma conta de reserva que pode ser usada em emergências, desde que o FMI dê a sua aprovação. Nessa conta estavam 650 milhões de euros, que foram totalmente mobilizados para ajudar ao reembolso que estava agendado para esta terça-feira e para o qual Atenas deu ordem de pagamento na segunda-feira, dia de mais uma reunião do Eurogrupo em que não houve acordo para acabar com o impasse que se arrasta há quatro meses.
A ideia terá partido do governador do banco central grego, Yannis Stournaras, que se encarregou de pedir ao FMI o desbloqueio dos fundos que estavam na conta há cerca de 30 anos. A intenção recebeu “luz verde” no sábado.
O governo grego usou, ainda, 100 milhões das suas cada vez mais escassas reservas para completar os 750 milhões de euros que tinha de reembolsar esta terça-feira.
O ministro das Finanças, Yanis Varoufakis, afirmou na noite de segunda-feira que “a questão da liquidez é uma questão terrivelmente urgente”, indicando que Atenas poderá ficar sem liquidez dentro de “um par de semanas“.
Em bilhetes do Tesouro (dívida de curto prazo), que tem sido possível renovar graças aos bancos nacionais e aos repos com dinheiros públicos, é preciso pagar 1.400 milhões de euros a 15 de maio, 3.600 milhões a 12 de junho e 1.600 a 19 de junho. A estes valores juntam-se quatro pagamentos ao FMI que, até final de junho, superam os 1.500 milhões de euros.