Portugal é o 10.º maior consumidor de álcool entre a população adulta dos países da OCDE, revela um estudo internacional sobre o consumo mundial de bebidas alcoólicas em 2012 e as formas de combate os seus efeitos nocivos realizado pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE) e divulgado esta terça-feira. Ainda assim, Portugal foi o quinto país que mais reduziu o consumo em 20 anos.

À frente de Portugal – com um consumo de 10,8 litros per capita -, estava, em 2012, a Estónia (que lidera a lista com uma média de quase 13 litros per capita), seguida da Áustria, França, Irlanda, República Checa, Luxemburgo, Hungria, Rússia e Alemanha, por esta ordem, bem acima da média da OCDE, que se fixa nos 9,1 litros por pessoa. Por outro lado, o país que menos bebe é a Indonésia, seguida da Turquia, Índia e Israel. Os dados do estudo referem-se a 2012, mas em alguns países reportam a anos anteriores, como é o caso de Portugal, cujos dados dizem respeito ao ano de 2010.

O consumo de álcool nos 34 países da OCDE diminuiu, em média, 2,5% nos últimos 20 anos, mas mantém-se elevado, dizem os peritos.

Ainda de acordo com o estudo ‘Combatendo o consumo excessivo de álcool – Política Económica e de Saúde Pública’, Portugal está entre os países que mais reduziu o consumo de álcool entre 1992 e 2012, registando uma redução na ordem dos 20%. O país que lidera esta lista é Itália, com uma redução de mais de 40% neste espaço de duas décadas, seguida de França, Eslovénia e Grécia.

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“Em termos globais, o consumo de álcool per capita na população adulta tem-se mantido relativamente estável entre 1992 e 2012, mas aumentou durante os últimos cinco anos. Nos países da OCDE, em média, houve uma redução de 2,5% no consumo”, lê-se no relatório divulgado esta terça-feira. Em alguns países europeus, como Portugal, onde o consumo era inicialmente muito elevado, contudo, a redução foi muito superior à média. O contrário também é verdade: nos países com consumos tradicionalmente baixos, como o Reino Unido, a Finlândia e a Suécia, os números apontam para um aumento crescente e regular. Países como a Rússia, Índia, China e Estónia registaram um aumento em duas décadas superior a 50%.

Um copo de vinho por semana aumenta a longevidade

Quatro em cada cinco consumidores tem mais probabilidade de viver mais tempo se consumir um copo de vinho por semana, é outra das conclusões do relatório. De acordo com a OCDE, a grande maior parte dos consumidores de álcool deve reduzir o consumo, mas entre 78 a 83% dos consumidores mundiais pode aumentar a sua esperança de vida se beber um copo por semana.

“Aproximadamente quatro em cada cinco consumidores dos países analisados poderia reduzir o risco de morte prematura se ingerisse uma bebida alcoólica por semana, algo como o equivalente a um pequeno copo de vinho”, conclui o estudo, ressalvando que o consumo generalizado tem mais malefícios do que benefícios.

Outra das conclusões aponta para o consumo de álcool por menores de 15 anos. A percentagem de crianças que nunca bebeu álcool diminuiu, em média, de 44% para 30% nos rapazes, e de 50% para 31% nas raparigas desde 2000 a 2012. Pelo contrário, a percentagem de crianças com menos de 15 anos que já se embebedou aumentou de 30% para 43% nos rapazes, e de 26% para 41% nas raparigas. De lembrar que o Governo aprovou recentemente em Conselho de Ministros as alterações à Lei do Álcool que estende até aos 18 anos a proibição de venda de todo o tipo de álcool.