Os depósitos a prazo até um ano pagam, em média, taxas anuais brutas de 0,56%, mostra o levantamento conduzido pelo Observador junto dos dez maiores bancos a operar em Portugal. Se se confirmar a taxa de inflação de 0,60% em 2015, calculada pelo Fundo Monetário Internacional, então os depósitos produzirão rendimentos reais negativos.

O Novo Banco é quem mais paga nos prazos de um, três e doze meses. O Banco BIC, que iguala o Novo Banco a doze meses, e o Banif remuneram mais a seis meses. Nestes produtos, as taxas anuais brutas variam entre 0,60% e 1,50%.

Millennium bcp, Banco BPI e Caixa Geral de Depósitos são os que menos pagam pelo depósito do dinheiro dos seus clientes particulares.

As taxas de juro reais negativas são sempre um mau sinal para os consumidores: significam que o poder de compra do dinheiro aplicado será inferior no vencimento do depósito, mesmo somando os juros recebidos.

Ao contabilizar a tributação, as taxas reais ficam ainda mais negativas. Depois de descontar a retenção de 28% aplicada nos depósitos dos residentes em Portugal continental e na Madeira (é de 22,4% nos Açores), o rendimento anual líquido dos depósitos fica, em média, nos 0,40%. Três quartos dos melhores depósitos por banco têm taxas líquidas reais negativas.

O Observador procurou os depósitos com as taxas de juro mais elevadas para uma aplicação de cinco mil euros junto dos dez bancos com mais recursos de clientes. Consideram-se os depósitos simples de taxa fixa em euros para residentes em Portugal. Excluíram-se as contas poupança, ofertas promocionais e aplicações para novos clientes ou novos capitais.

Note-se que os depósitos podem não ser comparáveis por terem características díspares, nomeadamente quanto à possibilidade de mobilização antecipada e à frequência de juros. Antes de contratar um depósito a prazo, leia a sua ficha de informação normalizada para ficar a par de todas as condições do produto.