O número de equipamentos elétricos e eletrónicos, como frigoríficos, televisões ou telemóveis, colocados no mercado pelos fabricantes atingiu 62,7 milhões de unidades em 2014, quando no ano anterior ficou nos 58,7 milhões, desempenho que leva o diretor executivo da associação nacional para o registo destes aparelhos a dizer que os agentes do setor “estão mais confiantes” e que “o mercado voltou a sair da crise”.

Sobretudo em unidades, “tivemos um bom crescimento da quantidade de equipamentos colocados no mercado no ano passado”, referiu Rui Cabral à agência Lusa, lembrando que habitualmente o indicador de compras destes produtos acompanha de perto o indicador de consumo privado. “Podemos notar que, até 2009, tivemos sempre um crescendo de unidades colocadas, depois tivemos uma crise económica, houve uma quebra de ano para ano e eram colocados cada vez menos equipamentos, em 2010, 2011 e 2012, quando se registou o número mínimo, cerca de 58 milhões”, explicou o presidente do ANREEE. Em 2009, foram colocados no mercado 77,6 milhões de equipamentos, e em 2013 começou a notar-se uma “subida tímida mas que em 2014 já é confirmada, é o segundo ano consecutivo de crescimento”, resumiu.

Quando a análise tem em conta o peso dos aparelhos, também se conclui por um acréscimo, mas menos acentuado, de 0,3%, pois os equipamentos aparelhos têm tendência a descer o seu peso médio.

Entre os equipamentos mais vendidos, para além das lâmpadas, onde ocorreu uma mudança tecnológica, com os LEDS, “os campeões das colocações são os equipamentos de telecomunicações, os telemóveis, com 4,7 milhões de unidades”, mais 7,5%, segundo Rui Cabral. Na área da informática, registou-se um aumento em termos de computadores pessoais, com 472 mil unidades, mais 20% que em 2013, enquanto nos “tablets” o número atingido foi cerca de 190 mil, mais 12%. Os frigoríficos e congeladores apresentaram um decréscimo ligeiro em 2014, com menos 40 mil unidades, as ventoinhas elétricas estão a perder peso a favor do ar condicionado, enquanto o número de aparelhos de televisão caiu 6,4%.

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Rui Cabral referiu que, consequência do desenvolvimento tecnológico, “há equipamentos a desaparecer como os telex, os respondedores automáticos de chamadas e as máquinas de escrever eletrónicas”.

No final do ano passado, estavam registadas em Portugal 1.680 empresas fabricantes, revendedores de marca própria e importadoras destes equipamentos, menos 0,2%, o que “acontece pela primeira vez desde que o registo existe, e se ficou a dever ao elevado número de anulações havidas em 2014”, segundo a associação.