O índice de confiança dos portugueses elaborado pela consultora Nielsen atingiu o seu valor máximo desde 2006 ao aumentar em até quatro pontos no primeiro trimestre deste ano.

Segundo o Estudo Global de Confiança dos Consumidores da Nielsen, o índice de confiança do país “mantém a tendência elevada registada no segundo semestre de 2014”, atingindo um valor total de 59 pontos, sendo que a segurança profissional mantém-se como a principal preocupação dos portugueses.

Portugal, à semelhança do que acontece em Espanha, que também aumentou o índice de confiança do consumidor em quatro pontos e atingiu o seu valor máximo desde 2010, “acelera a recuperação da sua confiança acima do conjunto da União Europeia, que subiu apenas um ponto relativamente ao trimestre anterior, passando de 76 para 77 pontos”.

O estudo indica que quem lidera o índice de confiança da Nielsen é a Dinamarca, com 106 pontos, seguida da Alemanha (100 pontos) e do Reino Unido (97 pontos).

Segundo a Nielsen, esta melhoria da confiança dos portugueses “verifica-se apesar da evolução negativa da taxa de desemprego do país no último trimestre de 2014, quando aumentou quatro décimas, chegando aos 13,5%”, adiantando que este número “veio pôr um ponto final a seis trimestres consecutivos de descida do desemprego”.

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No entanto, Portugal fechou o ano de 2014 com 13,6% menos desempregados face ao final de 2013, situando-se abaixo das 700.000 pessoas, quando um ano antes ultrapassava as 800.000, frisa a Nielsen.

Apesar disso, esta melhoria dos números do desemprego obtida no ano passado, “não é suficiente para os portugueses considerarem que a sua situação profissional vai melhorar nos próximos doze meses”, pois praticamente metade das pessoas entrevistadas no estudo da Nielsen considera que “as suas perspetivas profissionais não são positivas, enquanto 39% considera mesmo serem negativas”.

Apenas uma em cada dez pessoas encara o ano de forma otimista no que diz respeito ao emprego.

Assim sendo, o estudo refere que os portugueses encaram “com um certo ceticismo que a sua situação financeira venha a melhorar durante os próximos doze meses”, sendo que “a perceção da crise mantém-se”.

Tendo em conta a tradicional preocupação dos portugueses em obter uma boa conciliação entre trabalho e vida pessoal, “o aumento da insegurança profissional e o receio em perder o emprego são sintomas de que os cidadãos continuam a pensar que o país se mantém em crise”, frisa a Nielsen.

“Três em cada quatro das pessoas entrevistadas consideram que Portugal está atualmente em recessão, enquanto 62% das pessoas afirma que esta situação se irá manter nos próximos doze meses. Apenas 10% se revela confiante em sair da crise a curto prazo”, adianta.

Face a esta recessão, “72% dos portugueses modificaram a sua forma de gerir o orçamento familiar com o intuito de poupar”, sendo que a principal medida “é a redução no lazer fora de casa (62%), menor consumo em gás e eletricidade (60%) e menor aquisição de roupa (59%)”.

O estudo conclui que “é muito indicativo o facto de 55% dos portugueses terem optado por passar a comprar marcas mais baratas de alimentação com o intuito de aliviar as contas do lar”.

O relatório internacional “Estudo Global de Confiança dos Consumidores” foi realizado entre os dias 23 de fevereiro e 13 de março de 2015, tendo a participação de mais de 30.000 consumidores ‘online’ de 60 países da Ásia-Pacífico, Europa, América Latina, Médio Oriente, África e América do Norte.