Um antigo ativista dos Pantera Negra detido há 43 anos em prisão solitária viu esta sexta-feira a sua libertação ser novamente adiada, num caso que está a provocar a indignação entre os grupos de direitos humanos.

Albert Woodfox, 68 anos, é o último dos ativistas do “Angola Three”, que permanece detido depois de décadas de batalhas judiciais para provar a sua inocência. Os “Angola Three” foram detidos em 1972 por alegadamente terem morto um guarda prisional.

Ativistas dos direitos humanos têm afirmado que a sua detenção em condições desumanas durante 43 anos mostram as profundas falhas do sistema judicial dos Estados Unidos.

Um juiz federal ordenou a libertação de Woodfox na segunda-feira, mas a decisão tem barrado no procurador-geral de Louisiana, que insiste na realização de um terceiro julgamento.

Os funcionários prisionais têm argumentado que Woodfox é demasiado perigoso para estar numa prisão convencional, para justificar a sua permanência numa solitária, uma cela mínima de onde sai apenas uma hora por dia.

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“Um terceiro julgamento seria injusto na melhor das hipóteses. Com todas as testemunhas chave mortas. Também não há nenhuma razão para Woodfox, um idoso e com a saúde debilitada, permanecer na solitária”, afirmou o seu advogado.

Woodfox tem também o apoio da viúva do guarda prisional morto.

“Está na hora de o Estado parar de agir como se houvesse evidências de que Albert Woodfox matou Brent”, refere a viúva, em comunicado.

Woodfox sempre disse estar inocente, citando uma testemunha que afirmou que ele não estava envolvido no assassínio, bem como a revisão científica da cena do crime e um teste de polígrafo, que negou o seu envolvimento.

Peritos têm salientado que as pessoas privadas de estímulos visuais, interação humana e atividade física e luz solar mudam a estrutura cerebral em dias.

Apesar disso, mais de 80 mil pessoas estão sujeitas nos Estados Unidos a prisão solitária há vários anos.