Forças de segurança turcas usaram canhões de água e dispararam tiros de aviso para obrigar cidadãos sírios a recuar, quando milhares de pessoas se concentraram na fronteira para fugir à violência.

Segundo testemunhou a agência noticiosa AFP, este sábado, os sírios têm estado a ser mantidos atrás de cercas de arame farpado na zona de fronteira turca de Akçakale, no sudeste do país, e estão a fugir de confrontos iminentes na cidade síria de Tal Abyad entre forças curdas e terroristas do autodenominado “estado islâmico”.

O observatório sírio para os direitos humanos, baseado na Grã-Bretanha, já tinha anunciado que elementos das forças curdas tinham avançado e que estavam a 10 quilómetros de Tal Abyad.

De acordo com a AFP, as forças turcas usaram canhões de água e dispararam para o ar para manter os sírios longe das cercas de fronteira.

Com mais sírios que continuam a chegar de Tal Abyad cresce a tensão na zona de fronteira, onde está a polícia turca e elementos das forças armadas.

A maior parte das mulheres que chegam à fronteira, vindas da cidade controlada pelos terroristas, estão vestidas de preto e de cara tapada, muitas delas carregando pertences pessoais em sacos à cabeça. As forças turcas não estão a deixar passar nenhum sírio.

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Apesar do avanço curdo a bandeira negra do grupo “estado islâmico” continua içada em Tal Abyad, diz também o correspondente da AFP.

A Turquia avisou na quinta-feira que iria tomar medidas para limitar o fluxo de refugiados sírios, depois de mais alguns milhares terem chegado nos últimos dias, fugindo dos combates entre curdos e terroristas.

Com uma política de “portas abertas”, defendida pelo Presidente, Recep Tayyip Erdogan, a Turquia já recebeu 1,8 milhões de refugiados sírios desde o início do conflito neste país, em 2011.

Ainda que afirmando que não se trata do fim da política de “portas abertas” o Governo turco diz que só considera novas entradas se for considerado que há uma tragédia em termos humanos.