Marcelo Rebelo de Sousa considerou esta segunda-feira que “não é um drama” a eventual ausência de uma maioria absoluta nas próximas legislativas, mas admitiu que, na atual situação económico-financeira, um Governo minoritário “pode ser um problema”.

À margem de uma iniciativa partidária do PSD/Gaia, o ex-líder do PSD e comentador político Marcelo Rebelo de Sousa foi questionado pelos jornalistas sobre uma eventual candidatura a Belém, considerando ser “prematuro especular sobre uma matéria que só vale a pena pensar depois das legislativas” porque aquilo “que faz sentido agora é debater os dois grandes projetos para o Governo do país e dar a vitória a um ou a outro, se possível com maioria absoluta”, porque “se não for, mais problemas trará para o próximo Presidente da República e para o país”.

“Acho que, para o país, podemos estar muito próximos de uma situação em que não há maioria absoluta. Não é um drama. Eu fui líder da oposição e viabilizei o Governo de António Guterres por três vezes, em três orçamentos. Ele não tinha maioria absoluta”, recordou.

Na opinião do ex-líder do PSD, Guterres “aguentou uma legislatura, largamente por causa da viabilização” que lhe promoveu. “Mas temos que convir que, na atual situação económico-financeira do país, da Europa e do mundo, é mais complicado um Governo minoritário e, portanto, pode ser um problema para o Governo, pode ser um problema para o Presidente da República futuro e pode ser um problema para os portugueses”, alertou.

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Interrogado sobre a notícia avançada pelo semanário Sol na semana passada, segundo a qual o líder do PSD e primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho preferia a candidatura de Fernando Nogueira à de outros nomes do partido como Marcelo Rebelo de Sousa, Pedro Santana Lopes ou Rui Rio, o comentador político considerou “perfeitamente natural”.

“Nós, na vida, temos soluções ideais e, para Pedro Passos Coelho, a solução ideal para Belém seria Fernando Nogueira, que aliás é uma pessoa com muita qualidade política, mas é uma solução ideal tornada impossível porque Fernando Nogueira está fora da política e não quer voltar à política. Mas fica bem ao líder do PSD dizer que se pudesse fazer a escolha ideal, escolhia aquele”, respondeu.

Advertindo que a “vida normalmente é feita não com o ideal, mas com aquilo que é possível”, o ex-líder do PSD respondeu aos jornalistas que “só depois das legislativas é que se tem noção daquilo que é possível, embora isso não impeça que haja candidatos — já há vários — e nada impede que avancem antes das legislativas”.