Obama conseguiu ultrapassar esta tarde uma das barreiras mais importantes para conseguir negociar até ao final do seu mandato em 2016, dois dos maiores acordos comerciais do mundo: o TPP, com 11 países do Pacífico, e o TTIP, com a União Europeia. A votação no Senado com 37-60 a favor foi renhida, mas reforça a agenda do Presidente para o comércio externo dos Estados Unidos.

O mecanismo que foi a votos é o fast-track, ou seja, um reforço de poderes que permite à Casa Branca negociar diretamente com os países em causa acordos comerciais, apresentando depois o Tratado concluído ao Congresso, que o pode aprovar ou não, mas não pode modificá-lo. Este mecanismo já foi usado por outros presidentes, mas nunca para Tratados comerciais tão amplos como os que Obama está a negociar: o TPP, ou Acordo de Parceria Trans-Pacífica, um acordo de comércio livre com Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Singapura e Vietname, e o TTIP, ou Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento entre a União Europeia e os Estados Unidos da América, um acordo de comércio livre entre os EUA e os 28 Estados-membros da União Europeia.

O fast track está no entanto dependente de uma lei que compensa os trabalhadores pelo impacto dos acordos comerciais com outros países e que os democratas têm estado a atrasar. Esta lei será votada na quarta-feira e deverá passar na Cãmara dos Representantes, mas o Senado pode bloqueá-la, já que muitos republicanos se opõem. O comércio externo tem sido uma batalha entre Obama e o seu próprio partido, já que muitos democratas temem o impacto destes acordos na economia americana, mostrando também as divergências de pensamento dentro do partido. Já os republicanos apoiam este tipo de acordos, mas Ted Cruz, candidato presidencial republicano, anunciou esta manhã que votava contra o fast-track que beneficiará Obama nas negociações.

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