“A sociedade diz constantemente às mães trabalhadoras para se sentirem mal pelo facto de passarem menos tempo com os filhos”, começa por escrever o site Vox, antes de dar conta de um novo estudo que promete aliviar a consciência de muitas mulheres. Afinal, espremer as 24 horas de um dia para ter tempo para a carreira e para os filhos tem efeitos positivos.

De acordo com este estudo da Harvard Business School, as filhas de mães trabalhadoras têm maiores probabilidades de ter emprego, de ocupar cargos de supervisão e de receber mais dinheiro, isto por oposição às filhas de mães domésticas, aquelas que ficam em casa para ‘criar’ os filhos. A pesquisa aponta ainda noutro sentido: os filhos homens de mães empregadas são mais propensos a passar mais tempo a tomar conta de familiares e a tratar das tarefas domésticas.

A investigação procurou, então, estudar as influências nos homens e nas mulheres que foram criados por mães com responsabilidades laborais. As conclusões podem ajudar a desculpabilizar muitas mulheres: ter em casa uma mãe trabalhadora ajuda não só a destronar os estereótipos associados às questões de género, como permite às crianças estar em contacto com um conjunto de capacidades de índole profissional.

As estatísticas falam por si:

  • Por comparação às filhas de mães domésticas, as mulheres criadas por mães trabalhadoras têm mais probabilidades de estar empregadas (4,5%); 33% delas têm cargos superiores (contra 25%), além de ganharem mais 23%;
  • Já os filhos de mães empregadas passam mais 7,5 horas por semana a cuidar de crianças e disponibilizam mais tempo para as tarefas domésticas.

Perante estes valores, Kathleen McGinn, professora na Harvard Business School e a principal investigadora no estudo, garante que a mensagem principal extraída das conclusões é esta: o facto de as mães trabalharem tem efeitos positivos a longo prazo nos filhos. “Quando uma mãe vai trabalhar, está a ajudar a sua criança a perceber que há muitas oportunidades para ela”, esclarece McGinn.

O estudo teve em conta, entre outras fontes de informação, dados de 24 países recolhidos em 2002 e 2012.

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