A bactéria Yersinia pestis – causadora da peste negra – começou por desenvolver a capacidade de provocar pneumonias e só depois é que se tornou altamente infecciosa. Essa mudança foi causada por alterações moleculares “relativamente simples” no material genético, escreve a Nature. A descoberta levanta a possiblidade de estas mudanças terem ocorrido entre outras bactérias.
A Yersinia pestis surgiu ela própria da evolução da bactéria Yersinia pseudotuberculosis, que era responsável por doenças de foro gastrointestinal. Quando essa bactéria começou a codificar a protease “Pla”, o caráter infeccioso alterou-se. A nova espécie de bactéria já conseguiu provocar a peste bubónica, septicémica e pneumónica, a mais mortífera de todas.
Os indivíduos mais antigos de Yersinia pestis teriam um gene que lhes conferia a possibilidade de infetar o hospedeiro com pneumonia. A mudança de apenas um aminoácido na proteína codificada por esse gene foi suficiente para a tornar ainda mais infecciosa, mortífera e pandémica: se não for tratada a tempo ou convenientemente, a mortalidade chega aos 100%.
Texto editado por Filomena Martins