“Imagine que três ou quatro dirigentes máximos do Partido Socialista resolviam candidatar-se à Presidência da República: não nos envolveríamos num processo fratricida”, afirmou, sublinhando que cada um tem a sua opinião sobre a matéria. “Eu, se as eleições presidenciais fossem hoje, teria com certeza a minha opinião”, salientou Carlos César. Questionado pela Antena 1 se a sua opção apontaria para os candidatos às presidenciais já anunciados, e se seria Sampaio da Nóvoa, Carlos César confirmou que “sim”.
Sobre as legislativas, referiu a “dinâmica inevitável de voto útil em torno” do PS, sublinhando que se vai perceber que é a “única alternativa à esquerda”. A este propósito, apontou “a dispersão de votos que hoje existe pelo Partido Comunista Português, que se transformou no partido útil de direita”. “Dar um voto ao Partido Comunista é emprestar um voto à direita, o mesmo acontece com o Bloco de Esquerda”, sustentou. Ou seja, para Carlos César, votar nos comunistas é “empatar o capital político da esquerda, porque o Partido Comunista se inutilizou no plano político”.
“O Bloco de Esquerda teve um ataque de terror com as últimas sondagens, quando percebeu que havia uma situação de empate técnico entre o Partido Socialista e a coligação de direita, percebeu que essa dinâmica de voto útil era imparável e apressou-se a dizer o que não dizia há anos, que colaboraria ou se empenharia na existência de um Governo de esquerda”, acrescentou.
Na entrevista, o presidente do PS falou também sobre a crise na Grécia, salientando que o “problema da sustentabilidade da dívida deve ser colocado” e que se deve intervir, considerando que os maiores obstáculos ao fecho de um acordo foram os pequenos países, incluindo Portugal. “Os responsáveis franceses acabaram de confirmar que os maiores obstáculos ao fecho de um acordo foram justamente os pequenos países, designadamente os que sofreram processos de ajustamento. O que o ministro francês quis dizer é que os invejosos não quiseram que este acordo fosse fechado”, concluiu.