Portugal não pode ser refém das chantagens do BCE e do Eurogrupo, defendeu neste domingo o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, sublinhando a importância da soberania orçamental e monetária do país. “Não podemos ter um país acorrentado às atitudes discricionárias de Bruxelas e de Berlim”, nem ser “um povo refém das chantagens do BCE [Banco Central Europeu] e do Eurogrupo”, afirmou hoje Jerónimo de Sousa, sublinhando a importância de Portugal “dispor de soberania orçamental, cambial e monetária”.

Essa é, para o secretário-geral do PCP, “a lição a tirar de todo o processo da Grécia” que, com “as suas contradições e as suas ambiguidades, sublinha a justeza da posição do PCP”, ao defender “a libertação da submissão ao euro”.

“Ao contrário dos que ‘chutam para o lado’, assumimos [o PCP] essa responsabilidade” de lutar pela soberania, “conquistada há mais de 800 anos”, frisou, desafiando o povo português a “definir o seu próprio devir coletivo”.

Jerónimo de Sousa discursava na Foz do Arelho, no concelho das Caldas da Rainha, durante um almoço comício em que fez um “balanço trágico” do estado do país, “que atravessa um dos períodos mais sombrios da sua vida democrática”, depois de quatro anos de governação PSD/CDS-PP, marcada pelos “arranjos e acordos que entre si promoveram com a ‘troika’ estrangeira do FMI, União Europeia e Banco Central Europeu”.

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Perante mais de três centenas de militantes e simpatizantes da CDU, a Coligação Democrática Unitária do Partido Comunista Português com o Partido Ecologista “Os Verdes”, Jerónimo de Sousa criticou as privatizações, o aumento do desemprego e a precariedade que levaram ao aumento da emigração e ao aumento da dívida pública, entre um vasto rol de “pragas” resultantes da “política de direita”.

O secretário-geral do PCP fez um discurso a abrir caminho para as legislativas deste ano, ao enumerar as propostas eleitorais da CDU, que hoje apresentou a lista da candidatura às eleições para a Assembleia da República, pelo Círculo Eleitoral de Leiria.

Liderada pela dirigente sindical Ana Rita Carvalhais, a lista integra ainda Vitor Pereira (vereador na câmara da Marinha Grande), João Paulo Delgado (pescador), Fátima Messias (sindicalista), Henrique Bertino (independente e presidente da junta de freguesia de Peniche), Sílvia Correia (membro da Assembleia Municipal de Óbidos), Vanda Marques (independente e vereadora na Câmara de Alcobaça), José Carlos Faria (Caldas da Rainha), Edgar Bom (independente da Marinha Grande), Rita Janeiro (da JCP de Leiria), Maria de Los Angeles (vereadora na câmara do Bombarral), Fernando Domingues (Pombal) e Lara Lino (da Junta de Freguesia da Marinha Grande), David Braz (da Junta de Freguesia de Peniche) e Filipe Reis (da Assembleia Municipal de Leiria).

Trata-se de lista “com sete candidatos com menos de 40 anos”, com “50 por cento dos elementos com uma média de idades inferior a 45 anos e 47% mulheres”, sublinhou a mandatária da candidatura, Isabel Freitas.