O Presidente da República, Cavaco Silva, considerou moderadamente animador que a produção de sardinha em Portugal tenha estabilizado e lembrou que o país tem que estar atento a todo o leque de oportunidades da economia do mar.

“As notícias não são tão pessimistas, são de estabilização. Não são ainda de recuperação de stocks anteriores, mas já é qualquer coisa ter-se alcançado uma estabilização da produção de sardinha”, afirmou esta terça-feira o Presidente da República, em Peniche, no final de uma reunião com pescadores, sindicatos, associações e empresas do setor da pesca.

O otimismo moderado do chefe de Estado tinha por base os dados do último estudo efetuado pelo IPMAR (Instituto Português do Mar e da Atmosfera), cujos resultados foram apresentados esta terça-feira a bordo do Navio Noruega. Segundo o estudo, a sardinha, que na última década tem vindo a diminuir, começa a “atingir a estabilidade”, revelando até “um aumento substancial entre o cabo Espichel e Peniche”, embora no Algarve se mantenha um decréscimo na ordem dos 26%.

Na reunião com as organizações do setor, Cavaco Silva defendeu que “para além da sustentabilidade económica” o Estado tem que pensar “na sustentabilidade social” que no caso de Peniche, está “muito ligada à pesca da sardinha”, mas, também, sem esquecer setores como a pesca artesanal.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Temos que continuar o nosso esforço para explicar aos parceiros europeus que as regras têm que ter em conta a realidade da pesca artesanal”, afirmou, depois de ouvir as queixas do setor em relação ao “excesso de regras” que, tornam “difícil até contratar pessoas que possam satisfazer todos os critérios”.

O Presidente, que visitou Peniche no âmbito de uma jornada dedicada à fileira da pesca, inaugurou ainda o edifício Cetemares – o novo polo de investigação científica e tecnológica do Instituto Politécnico de Leiria. O edifício é a sede do MARE-IPLeiria – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente do IPLeiria, com uma área de cerca de dois mil metros quadrdos de laboratórios equipados com modernas tecnologias nas áreas de biologia, pescas, aquacultura, biotecnologia, química, microbiologia e tecnologia dos alimentos.

O novo centro destina-se fundamentalmente a investigadores, bolseiros de investigação e estudantes de mestrado e doutoramento, contando com mais de 70 investigadores e colaborando mais de 40 pequenas e médias empresas no desenvolvimento de mais de 60 projetos e novos produtos ligados à economia do mar. O projeto representa um investimento total de 3.241 milhões de euros, financiados pelo QREN (Quadro de Referência Estratégica nacional), no âmbito do programa Mais Centro.

A Jornada do Presidente da República prossegue com uma visita a viveiros de aquacultura, em Ílhavo e a fábricas de conservas em Matosinhos e na Póvoa do Varzim.