Título: Atlas Histórico da II Guerra Mundial
Autor: Martin Gilbert
Editora: Clube do Autor
Páginas: 584
Preço: 21€

Atlas histórico da segunda guerra mundial

Quem julgue que um livro com 257 mapas sobre a II Guerra Mundial só interessará a maníacos de jogos de estratégia, engana-se: é acessível e um bom complemento às narrativas “convencionais”, pois não se perde em minúcias de movimentações de unidades nem se circunscreve às batalhas famosas.

Estão cá Leninegrado e Pearl Harbor, mas Gilbert ilumina também o lado obscuro do conflito: quantos saberão que as SS incluiram uma Legião Indiana, recrutada entre indianos que estudavam na Alemanha e soldados capturados no Norte de África? Ou que o Brasil entrou no conflito, ao lado dos Aliados? Ou que a URSS tinha planos para, em 1945, ocupar a Dinamarca e que só uma rápida movimentação de tropas e navios britânicos o impediu? Ou que o mufti de Jerusalém incitou a uma jihad contra os britânicos, participou numa revolta no Iraque e enviou um comando para envenenar a água de Tel-Aviv?

E se é, genericamente, verdade que os EUA nunca foram bombardeados pelo Eixo, há um mapa com 300 locais de queda das bombas-balão lançadas do Japão, tirando partido dos ventos de oeste (um esforço inglório: lançaram-se 9.000 bombas-balão e houve apenas seis vítimas: uma professora de catequese e cinco crianças que faziam um piquenique, no Oregon).

O capítulo 11, que mostra a guerra em perspectiva global, é o mais revelador: quando se vê que os Aliados dominavam reservas de petróleo que produziam 2.020 milhões de barris/ano e o Eixo só produzia 120 milhões, percebe-se que o desfecho de um conflito assente em elevada mobilidade e maquinaria sofisticada só podia ser o que foi.

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