Big data. O termo aborrece-o? Pense na quantidade de emails que as empresas trocam todos os dias. Ou nas milhares de transações bancárias que ocorrem numa só tarde. Reparou no volume de dados que só estas duas coisas acumulam na rede? Agora, pense no impacto que eles podem ter se forem trabalhados e utilizados corretamente. É isto que o projeto Streamline quer. E a Comissão Europeia vai ajudar – com um financiamento de 3,3 milhões de euros.
A ideia surgiu de uma necessidade que a startup portuguesa NMusic – um serviço de streaming de música e vídeo triple-play (voz, dados e multimédia) – detetou há vários anos na sua área de atividade e para a qual tem procurado respostas: como oferecer conteúdo personalizado e adaptado às necessidades de cada pessoa.
A dúvida não era apenas dos fundadores da NMusic, mas transversal a todos os setores da economia. Por isso, não tiveram mãos a medir: desafiaram um conjunto de parceiros a desenvolver uma ferramenta para obter, tratar, e otimizar dados em tempo real, que permita aumentar a competitividade das empresas e instituições europeias. Nasceu o projeto Streamline.
A NMusic juntou-se à Portugal Telecom, à Rovio – empresa finlandesa responsável pelo jogo Angry Birds -, ao instituto francês Internet Memory Research, ao alemão The German Reseach Center for Artificial Intelligence, ao sueco Institute of Computer Sciente e ao Institute for Computer Science and Control of the Hungarian Academy of Sciences, da Hungria.
Dos 119 projetos apresentados à Comissão Europeia, foram selecionados oito finalistas e o Streamline foi um deles. O objetivo é que a plataforma traga às empresas europeias uma vantagem competitiva, aumentando a taxa de fidelização, personalizando a oferta e otimizando a comunicação com os clientes. Como? Através de uma análise multissetorial que parte dos dados obtidos através do consumo de conteúdo digital, como texto, áudio, vídeo, jogos, entre outros.
Com isto, o projeto quer que a aplicação, que funcionará em open-source (código aberto), possa ser utilizada em empresas de comércio e serviços mas também em áreas mais abrangentes como a saúde, indústria ou os transportes, permitindo que as pequenas e médias (PME) possam conhecer melhor o mercado e otimizar a sua oferta, revela a NMusic em comunicado.