Ricardo Salgado diz que a notícia de que terá passado propriedades para a mulher e os filhos a meses da queda do BES é “falsa” e uma “fantasia” e ataca Alvaro Sobrinho, o ex-presidente do BESA, que diz estar por detrás da referida informação publicada esta sexta-feira pelo semanário Sol, do qual e proprietário. Em comunicado, o ex-presidente do Grupo Espírito Santo diz que a informação publicada pelo ‘Sol’ “confunde alterações na composição do Conselho de Administração de uma sociedade com transferência de bens” e considera como uma “pura falsidade e fantasia” a passagem do jornal que referia que “273 prédios e 346 frações” tinham passado “para a esposa de Salgado”.
Ao longo do comunicado, Salgado faz várias referências negativas ao jornal ‘Sol’, cuja propriedade é de Álvaro Sobrinho, agora um dos seus inimigos no caso BES/GES. Sobrinho, recorde-se, tinha sido em tempos uma das pessoas de confiança de Ricardo Salgado, que o levou para a presidência do BES Angola (BESA). “Esta “notícia” é falsa e dá continuidade a um comportamento cujas motivações são bem conhecidas”, lê-se no comunicado emitido por Ricardo Salgado que acrescenta: “A postura do “Sol” não surpreende. Este é apenas mais um episódio da “saga” encetada pelas publicações dominadas pelo Dr. Álvaro Sobrinho com o único objetivo de atentar contra a imagem e bom-nome do Dr. Ricardo Salgado e imputar a outros as suas próprias responsabilidades enquanto líder do BESA. As razões dessa “saga” são óbvias, mas demonstram bem a falta de credibilidade dessas publicações”.
Ricardo Salgado diz ainda que o valor de 1,8 mil milhões de euros que o Sol diz ser a avaliação dos bens arrestados à sociedade Pedra da Nau, S.A. “é, igualmente, mais uma pura fantasia”. Acrescenta, no entanto, que houve uma “transferência de ações da sociedade Pedra da Nau, S.A.” feita por ele próprio, mas diz ter-se tratado de “uma posição minoritária sem relevância significativa” que, segundo ele, fazia parte de uma “decisão há muito tomada e com total transparência”.