Ao longo de uma semana, o Observador publicou os concertos de música e os espetáculos para os quais vale a pena comprar bilhete, o cinema e as séries de televisão que não deve deixar fugir, os discos que vão sair em breve e os livros de leitura imperdível. Este é o apanhado da agenda de concertos.
Para a primeira sugestão, até pode deixar a carteira em casa. A rentrée do Centro Cultural Vila Flor, em Guimarães, começa com dois concertos imperdíveis e gratuitos. Sexta-feira, 4 de setembro, às 22h30, Manel Cruz faz-se acompanhar com Nico Tricot, António Serginho e Eduardo Silva para, enquanto Estação de Serviço, tocar músicas inéditas e outras mais antigas de Pluto, Supernada e Foge Foge Bandido. Só o catálogo dos Ornatos Violeta fica de fora.
No dia seguinte, à mesma hora, é a vez de ver e ouvir de perto Angel Olsen, cantora e compositora norte-americana que anda a quebrar corações e a fazer chorar os mais sensíveis com a sua música. Os fãs com morada mais a sul também vão poder ver Angel Olsen ao vivo, dia 9 de setembro, às 22h00, na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa. Só ela, sem a banda. Os bilhetes devem esgotar rapidamente.
Já lhe chamam o São João musical e é fácil de ver porquê. No dia 12 de setembro, o NOS D’Bandada oferece 78 concertos gratuitos na cidade do Porto, em 21 locais diferentes, entre bares, praças e, pela primeira vez, o Coliseu do Porto. Nesta montra da música atual portuguesa, destaque para os espetáculos de Jorge Palma, Tó Trips, Valete, Peixe, Carminho, Filho da Mãe e Gin Party Soundsystem. A maior parte dos espaços é pequena, pelo que o melhor é chegar cedo para garantir um lugar.
Quem gosta de Porcupine Tree deve prestar especial atenção às palavras que se seguem. Steven Wilson, voz e guitarra da banda britânica, vai estrear-se a solo em território nacional a 15 de setembro, na Sala Tejo do MEO Arena. Inspirado pela história da jovem londrina Joyce Carol Vincent, que morreu no seu apartamento e ali ficou esquecida durante quase três anos antes de ser descoberta, Steven Wilson compôs uma viagem musical chamada Hand. Cannot. Erase.
Depois de 10 edições em Santa Maria da Feira, o Festival Para Gente Sentada estreia-se em Braga nos dias 18 e 19 de setembro. Pelo GNRation e pelo Theatro Circo vão passar, por exemplo, os Giant Sand (projeto de Howe Gelb que passou este ano pelo NOS Primavera Sound), a libanesa Yasmine Hamdan e o português Bruno Pernadas. No sábado, destaque para os experientes Mercury Rev, para a estreante Lydia Ainsworth e para o português B Fachada.
Ver uma das principais orquestras nacionais ao ar livre e com entrada gratuita? O convite é irrecusável. O primeiro concerto da Orquestra Gulbenkian acontece a 20 de setembro, às 19h00, na Praça do Município, em Lisboa, e será composto por duas obras conhecidas dos compositores Nikolai Rimsky-Korsakov e Maurice Ravel. O segundo encontro com a música clássica acontece nas ruínas do Convento do Carmo, na noite de 25 de setembro, a propósito do Festival Cantabile. Barnabás Kelemen vai dirigir e tocar violino.
Quem perdeu o concerto de Patti Smith no festival NOS Primavera Sound tem nova oportunidade para se redimir, na noite de 21 de setembro. A cantora, compositora, poetisa e ativista vai voltar a reproduzir Horses, obra incontornável no universo do rock, lançada em 1975, e de onde saíram canções como “Gloria” ou “Free Money”. O disco foi produzido por John Cale, dos Velvet Underground. Para além de tocar Horses na integra, é provável que se escutem os clássicos “Because The Night” e “People Have The Power”.
Três dias depois, a 24 de setembro, será possível escutar a voz e o piano de Diana Krall, no MEO Arena. Em Wallflower, lançado em fevereiro deste ano, ouvimos a cantora canadiana recriar algumas das mais populares canções de todos os tempos, como “Sorry Seems to be the Hardest Word”, de Elton John, ou “California Dreamin” dos The Mamas & The Papas. Paul McCartney, icónico músico dos The Beatles, compôs um tema novo para o disco, chamado “If I Take You Home Tonight”. Razões não faltam para comprar bilhete.
Não é fácil destacar um só concerto da nova temporada da Casa da Música. Mas se só puder ir a um, marque na agenda a noite de 26 de setembro. A Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música vai começar por lembrar o universo de Mozart através do compositor nova-iorquino Charles Wuorinen (vencedor de um Pulitzer aos 32 anos de idade). Dele chega a peça “Divertimento das Musas”, um encontro de sonatas para piano da juventude de Mozart e da ópera Don Giovanni. Segue-se “Schumann-Phantasie”, uma peça de Hans Zender que parte da célebre “Fantasia” para piano de Schumann.
A Dave Matthews Band, uma das bandas com maior sucesso nos Estados Unidos, vai começar a digressão europeia em Lisboa, no MEO Arena, a 11 de outubro. O concerto vai dividir-se em dois alinhamentos diferentes, entre acústico e elétrico, um formato já testado pela banda na digressão americana do ano passado, e aprovado. A revista Rolling Stone, por exemplo, nomeou a digressão como uma das mais fortes do verão, salientando que o novo formato “resultou em muito boas surpresas”.
“Futuro Eu” é o novo espetáculo que David Fonseca criou e que vai apresentar no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e na Casa da Música, no Porto, nos dias 30 e 31 de outubro, respetivamente. Com o título retirado da música revelada recentemente, “Futuro Eu” é o regresso do músico de Leiria às canções em português.
Entramos nos caminhos da folk nos dias 1 (Teatro Tivoli BBVA) e 2 de novembro (Casa da Música, no Porto), com o projecto Iron & Wine, de Sam Beam. O formato em que se vai apresentar promete momentos especiais: a solo, com as canções mais aplaudidas do seu catálogo, todas em formato acústico.
Novembro começa bem para quem não perde um bom concerto de pós rock. Os irlandeses And So I Watch You From Afar lançaram Heirs na primavera e vão mostrá-lo ao vivo no dia 4 de novembro no Musicbox, em Lisboa, e no dia seguinte no Hard Club, no Porto. Os dois primeiros minutos do novo álbum podem ter assustado os mais puristas, mas quem comprar bilhete vai poder constatar que a essência da banda se mantém intacta.
Victoria Legrand e Alex Scally também passam em novembro por Lisboa e Porto. Talvez seja mais fácil apresentá-los como o duo de sucesso Beach House, que há uma década nos traz o melhor do dream pop melancólico. Com Depression Cherry acabado de lançar, é certo que haverá canções novas para ouvir nas noites de 23 (Armazém f, em Lisboa) e 24 (Teatro Sá da Bandeira, no Porto). Já agora, no dia 24 de novembro, no mesmo Armazém f, toca o norte-americano Kurt Vile. Vale a pena ir espreitar.