O Sindicato do Grupo PT (STPT) disse que a administração da PT Portugal garantiu a estabilidade do emprego e dos salários dos trabalhadores no âmbito da reorganização da microestrutura das empresas do grupo, mas admitiu cortes no ‘outsourcing’ (subcontratação).
Em comunicado, o sindicato afirma que o administrador dos Recursos Humanos, João Zúquete, esteve reunido na quarta-feira com vários sindicatos e a comissão de trabalhadores para apresentar a reorganização da microestrutura das empresas da PT Portugal, que abrange agora as segundas e terceiras linhas da hierarquia. Porém, segundo o STPT, esta “lamentavelmente não foi quantificada”.
O STPT conta que o objetivo apresentado pela administração da empresa “é a redução de estruturas para agilizar e simplificar a gestão e decisão da administração, responsabilizando mais as pessoas e tornando mais eficiente e mais qualificada a intervenção junto do cliente”.
A estrutura sindical destaca contudo a relevância da “afirmação de João Zúquete, de que estas alterações não colocarão em causa a estabilidade do emprego nem dos salários dos trabalhadores”, quando questionado sobre o assunto, sobretudo depois do principal acionista da Altice (dona da PT Portugal), Patrick Drahi, ter dito aquando da aquisição da norte-americana Cablevision: “Eu não gosto de pagar salários. Pago o mínimo que puder”.
O STPT considera que da reunião resulta ainda a ideia de que o trabalho técnico junto do cliente terá de ser cada vez mais assegurado pelos próprios técnicos da empresa, “com redução/eliminação proveniente do ‘outsourcing’, melhorando a qualidade e a imagem da PT Portugal” e levando a “alguma movimentação geográfica e funcional de trabalhadores para o terreno, nomeadamente das atuais salas de distribuição”.
“A reorganização da empresa ainda passará por outra fase (quanto à quantidade e necessidade das várias empresas que integram a PT Portugal), sendo adiantado pelo administrador a continuidade das empresas estratégicas, principalmente na área tecnológica, MEO, Inovação, ‘Cloud’ (servidor virtual)”, lê-se no documento.
O sindicato diz ainda que pediu e “foi confirmado pelo administrador João Zúquete” que todas as alterações serão devidamente explicadas aos trabalhadores, assim como as suas consequências.
Já de uma maneira geral, o sindicato diz não ser fácil falar concretamente das alterações introduzidas, já que a apresentação efetuada na quarta-feira “foi extremamente técnica”, com “dezenas e dezenas de imagens dos organigramas que criam grande complexidade informativa sem exemplares distribuídos aos sindicatos” e “não permitem uma clara e objetiva explicação”.
No final da reunião, o sindicato adiantou ter pedido um esclarecimento sobre a possibilidade de negociação do Acordo Coletivo de Trabalho e de matéria pecuniária e salarial ainda este ano, mas afirma que “foi clara a posição” do administrador ao dizer que “será difícil, senão impossível, dar início à negociação dada a necessidade da concentração da administração em reorganizar a empresa”.