Termina esta sexta-feira a primeira fase da campanha eleitoral, dando início a uma outra: a do futuro e da “maioria inequívoca” para governar. Se até aqui só se viam bandeiras da coligação a ser distribuídas aos populares, a partir de agora a ideia é passar a avistar-se um mar de bandeiras de Portugal – para combinar com o discurso que tem vindo a ser feito pela coligação de que as eleições não são uma “guerra” para ganhar este ou aquele partido, mas sim para “ganhar Portugal”.

“Não é uma mudança de estratégia, é uma nova fase que já estava prevista”, confirmou fonte da campanha ao Observador. Além da novidade das bandeiras, a estratégia passa também por centrar o discurso nos indecisos do centro, onde Passos e Portas acreditam estar a chave da vitória. Para isso haverá vídeos no Youtube e nas redes sociais, com caras pouco familiares.

[jwplatform HXHRYmBu]

O “tiro de partida”, como Passos lhe chamou ontem em Vila Real, vai ser dado esta noite em Santa Maria da Feira, Aveiro, num comício que está a ser descrito pela campanha como “inédito”. São esperadas pelo menos, segundo números da campanha, perto de sete mil pessoas, sendo que “só do distrito de Aveiro” estavam confirmadas ao início da tarde perto de 6.400 pessoas.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Uma campanha dentro da campanha

Trata-se de “uma campanha dentro da campanha”, que já estava prevista no guião para o sprint final da partida. Segundo o Observador apurou, o objetivo é fazer um apelo mais incisivo ao “voto consciente”, com vista a convencer aqueles que ainda não decidiram se vão votar – ou em quem vão votar. “Será esta a ação dos portugueses que apontará o futuro”, descreve a organização da campanha.

A ideia é dar novo impulso na campanha, que desde que chegou ao norte do país, na terça-feira, tem estado com um ânimo crescente – à boleia, claro, das sondagens que são divulgadas diariamente e que têm posto (quase) sempre a coligação em vantagem face ao PS.

Ontem, nos distritos de Bragança e Vila Real, especialmente neste último, começou a ouvir-se já pedidos, mais ou menos tímidos, de maioria absoluta. Não da boca de Passos e Portas, mas da dos apoiantes que, de bandeira ao alto, iam gritando “maioria!” pelas ruas por onde a comitiva passava. Em Chaves, no final de uma arruada animada, Portas garantiu que ia “registar o pedido”.

O volte-face passa também por aí. Será a partir de hoje que Passos e Portas vão passar a centrar o seu discurso inteiramente no futuro, deixando para segundo plano o passado socialista e de austeridade obrigatória. Passos e Portas vão passar a pedir, eles próprios, “uma maioria inequívoca”.