Desde fevereiro que a Suécia iniciou um ensaio com jornadas laborais de seis horas com o objectivo de aumentar a eficiência e a produtividade. Um lar de idosos em Gotemburgo foi o local escolhido para dar início aos testes com o horário de trabalho, refere o The Guardian.

A redução do horário de trabalho dos 86 empregados do lar de idosos de oito para seis horas diárias pelo mesmo valor salarial aconteceu no contexto de um ensaio controlado para tentar explorar alternativas ao tradicional horário a tempo inteiro.

“Costumava estar tão exausta que chegava a casa e adormecia no sofá”, disse Lise-Lotte Petterson, uma auxiliar de enfermagem de 41 anos no lar Svartedalens.  “Mas agora sinto-me muito mais alerta. Tenho mais energia quer para trabalhar, quer para a minha vida familar”, reforçou.

Segundo Ann-Charlotte Dahlbom Larsson, diretora do lar de idosos, a mudança no horário laboral tem sido um êxito, embora tenha implicado 14 novas contratações, de modo a assegurar todos os turnos. Mas o bem-estar quer dos idosos, quer dos prestadores de cuidados aumentou.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

O novo modelo laboral está a começar a ser alargado a outras instituições, como o  departamento de Cirugia Ortopédica do Hospital Sahlgrenska, também em Gotemburgo e alguns departamentos do Hospital de Umea em  Västerbotten.

No setor privado,  a filial Toyota de Gotemburgo, instaurou o modelo a jornada laboral de seis horas há 13 anos. “Os clientes não estavam satisfeitos  com o longos tempos de espera, o que provocava stress nos trabalhadores, que cometiam erros,” esclarece Martin Back, gerente da  filial. A empresa instituiu o trabalho por turnos horários de seis horas,  com salário completo e com períodos de descanso mais curtos. E não tenciona voltar atrás.

Apesar dos sinais positivos que a experiência de horário reduzido tem dado – quer ao nível da produtividade como da satisfação dos trabalhadores – o ensaio deve terminar no próximo ano. A coligação que governa a municipalidade sueca perdeu a maioria, e tanto os liberais como os conservadores se opõem à instituição a título definitivo da redução do horário de trabalho. Não obstante, o ensaio que tem suscitado interesse em toda a Escandinávia, vai continuar até o final de 2016.