1. A modelo brasileira Lana Forneck abriu o desfile
Lana Forneck, que só este ano já desfilou para criadores como Marc Jacobs e Issey Miyake, foi a modelo escolhida por Luís Buchinho para dar início ao seu desfile primavera/verão 2016 no âmbito da semana prêt-à-porter, em Paris, no passado dia 2 de outubro. A brasileira começou a sua carreira quando tinha apenas 10 anos e fez as honras da casa com um look totalmente preto da cabeça aos pés.
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2. Luís Buchinho inspirou-se na música dos anos 80
Se a paixão de Luís Buchinho pela banda desenhada o influenciou a pegar num papel e lápis para desenhar pela primeira vez, a música do início dos anos 80 foi a principal responsável pelo seu interesse pela moda. “Desta vez, inspirei-me na banda sonora da época entre 1980 e 1984, em videoclips e em grupos musicais como Spandau Ballet, Culture Club e Thompson Twins”, disse ao Observador.
3. O desfile decorreu no Conservatório Nacional de Artes e Ofícios
À semelhança das anteriores apresentações na cidade da luz, Buchinho escolheu um local emblemático: o Conservatoire National des Arts et Métiers. Atualmente é uma instituição de ensino superior que se dedica à promoção da ciência e indústria mas foi fundado durante a Revolução Francesa para servir de arquivo para livros das áreas de artes e negócios. “Este espaço está repleto de história e conseguia fazer o contraponto com os locais onde habitualmente faço os desfiles em Paris”, conta o criador.
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4. A decoração da sala parecia uma discoteca
Ou não seria esse o próprio nome da coleção. “Chamei a esta coleção club porque tentei recriar aquela diversidade com muitas personagens dentro do mesmo sítio mas todas elas unidas pelo mesmo espírito”, explica Buchinho. A festa dos anos 80 esteve retratada ao pormenor nas folhas de sala e convites em forma de capas de álbuns, nas luzes vermelhas que refletiram o chão com detalhes exóticos e nos bancos embrulhados em plástico a imitar vinil.
5. As modelos ensaiaram uma coreografia
Como numa discoteca que se preze, as modelos também dançaram. O designer português decidiu mudar o espetáculo e estas entraram na pista de dança tanto em pares ou em trio. “É importante refrescar as coreografias com ideias que podem ser muito simples mas que captam o público de uma maneira muito mais forte e imediata”, garante Luís Buchinho. “Hoje em dia, as modelos estão habituadas a andar numa linha mas nos anos 80 as coreografias eram ensaiadas com duas, três, quatro modelos em cima da passerelle a fazer cruzamentos.”
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6. As cores da coleção foram inspiradas em revistas musicais
Foram recortes de revistas alemãs como a Bravo ou a Pop Rocky que levaram Luís Buchinho a optar por uma paleta de cores onde entra o preto, branco, bordeaux, azul céu e até o mostarda (nos coordenados mais excêntricos com estampados gráficos). O contraste entre o feminino/masculino é evidente nas silhuetas rígidas das calças e casacos que só se tornaram mais femininas graças às fendas — pequenas aberturas laterais e centrais — porque conferiram fluidez ao tecidos. O mesmo se aplica às texturas: Buchinho brincou com a seriedade da pele e misturou-a com um tecido tão delicado como a seda.
7. Os chapéus foram a peça-chave do desfile
“Os chapéus são mesmo inspirados no do motorista do vídeo The Chauffeur dos Duran Duran”, afirma Luís Buchinho. O criador do Porto inspirou-se no imaginário erótico desse videoclip para criar uma femme fatale que usa calças masculinas em tons de preto e branco sem perder a sua sensualidade feminina. “A parte feminina está marcada nos pormenores”, diz. “Seja na maquilhagem pelo batom vermelho e marsala ou pelos ombros descobertos que são a minha adaptação dos ombros exagerados dos anos 80.”
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8. Não é a primeira vez que a coleção vê a luz do dia
Para além da passerelle parisiense, a coleção apresentada não só já esteve na feira internacional Edit, em Nova Iorque, como estará até ao dia 5 de outubro no showroom Tranoï Femme, em Paris. Daí segue para o Porto para ser apresentada ao público português na edição nacional do Portugal Fashion que acontece entre os dias 21 e 24 de outubro. No futuro, Luís Buchinho pretende continuar a apostar em mercados internacionais e a participar em iniciativas comerciais.
9. Os sapatos apresentados foram desenhados pelo próprio
Ao contrário das coleções passadas (em que Luís Buchinho calçava as suas modelos com sapatos em parceria com outras marcas), o criador decidiu arriscar e assinar os seus próprios modelos. Para além das sandálias altas em tons pretos e brancos, os sapatos rasos também não ficaram de fora. “Eu acredito que aquilo que faço é muito ‘vestível’ e é um pouco universal em termos de linguagem porque são peças que não precisam de alterações nenhumas e vão diretamente para venda”, confessa.
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10. A coleção celebra os 25 anos de carreira do criador
No ano em que assinala o seu 25.º aniversário como designer, Luís Buchinho usou a coleção Club para fazer uma retrospetiva do seu percurso até à data. “A década de 80 é uma época preciosa porque foi exatamente nessa altura que nasceu a minha paixão pelo visual e imaginário”, diz. E qual foi o momento mais marcante de uma carreira com um quarto de século? “Mudar-me de Setúbal para o Porto mudou a minha forma de ver as coisas”, responde. “Não me considero um designer irreverente mas considero-me um designer que apresenta surpresas estação após estação.”
Texto editado por Ana Dias Ferreira.
O Observador viajou para Paris a convite do Portugal Fashion.