A Volkswagen vai cancelar ou, no mínimo, adiar todos os investimentos “não essenciais”. Esta é a primeira medida anunciada pelo novo CEO, Matthias Mueller, para fazer face aos danos financeiros que o próprio reconhece poderem ser “gigantescos”. E – pior – imprevisíveis.

Em comunicado dirigido, originalmente, aos funcionários da Volkswagen, Matthias Mueller lamenta que a extensão dos danos financeiros ainda não é previsível. Mas garante que a empresa conseguirá gerir esta “crise que é, sobretudo, uma crise de confiança”. Para restabelecer a confiança, Mueller anuncia um processo “rápido e irredutível de procura pela verdade”.

Para já, contudo, do ponto de vista financeiro, a empresa irá rever todos os investimentos em curso e “cancelar ou adiar” todos aqueles que forem considerados “não essenciais”. Isto porque a empresa necessita de fazer “grandes” poupanças para fazer face à crise e às multas “significativas” que são expectáveis

O que Mueller garante, contudo, que “os funcionários não irão pagar pela conduta imprópria dos gestores”. Ainda assim, resolver este problema não será “indolor”. Os bónus dos executivos terão regras mais apertadas, adiantou o CEO da Volkswagen.

A prioridade para a Volkswagen é assegurar que o rating se mantém de qualidade, o que permite à empresa obter financiamento internacional a juros mais baixos. E esse financiamento será crucial, porque Mueller reconhece que a provisão de 6,5 mil milhões de euros assumida para o terceiro trimestre não será suficiente para solucionar o problema.

António Pires de Lima afirmou há algumas semanas, quando rebentou o escândalo, que o governo português estava a limitar-se a contactos com responsáveis da AutoEuropa e que não estava a tentar “obter sinais de tranquilidade” junto da Volkswagen nesse momento. Porquê? “Porque era estar a enganar-me a mim próprio”, afirmou o ministro da Economia.

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