Normalmente associamos o acne à adolescência, certo? O problema é quando damos por nós com 30 anos a sofrer com mais ou tanto acne que aquele que tínhamos aos 15. Se enquanto lê isto está a acenar com a cabeça e a pensar que lhe acontece exactamente o mesmo, saiba que faz parte dos 54% de mulheres que sofre desta condição. De acordo com o The International Dermal Institute, cada vez mais adultos estão a ser confrontados com problemas de pele oleosa e acneica e, em mulheres, esse número chega aos 54%. Isto significa que uma em duas mulheres tem acne facial após os 25 anos. Um número pavoroso que mexe com toda a nossa auto-estima. Perceber as suas causas e conhecer alguns truques para tratar este problema vão salvar-lhe a vida.

Porque temos acne?

Factores como stress, falta de sono, tabaco ou dieta pobre em nutrientes podem fazer este problema aparecer (ou reaparecer) mas um grande número de mulheres vê-se confrontado com o acne quando para de tomar a pílula (ou quando nunca a tomou). Porquê? Falámos com Miguel Trincheiras, dermatologista no Centro Clínico e Cirúrgico das Laranjeiras, que nos explicou que as variações e a estimulação hormonal das glândulas sebáceas pelas hormonas femininas são o principal motivo, quer de alteração da composição do sebo, quer de formação de rolhões de queratina nos poros que dificultam a eliminação do sebo e tornam a nossa pele um local óptimo para a proliferação dos micro-organismos da flora cutânea e subsequente inflamação local.

Trocando por miúdos, as variações hormonais decorrentes do ciclo menstrual desregulam o fluxo sebáceo e criam inflamações locais — as dezenas de borbulhas que se espalham pelo nosso rosto. As áreas mais atingidas são o queixo e toda a linha das mandíbulas e, normalmente, os cravos fechados (brancos) são mais frequentes que os abertos (pontos negros).

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Por vezes o uso de cosméticos mais gordos e oclusivos podem estar na origem daquilo que é designado uma “acne cosmética”. É, por isso, bastante importante saber escolher os produtos adequados e não ficar presa aos cremes que sempre usou porque sempre lhe fizeram bem. Nota: jamais use os produtos que usava na adolescência porque são dois tipos de acne completamente diferente nas causas e nas manifestações.

Como o combater?

Dormir bem e ter uma alimentação equilibrada vai ajudar mas, na maioria dos casos, o problema está relacionado com o sistema hormonal. Miguel Trincheiras explica que estas alterações só podem ser estabilizadas por aporte externo de hormonas (voltar à pílula). Mas existem vários tratamentos que impedem a formação de rolhões de queratina, estabilizam a flora cutânea, regulam o fluxo sebáceo e têm um efeito anti-inflamatório que vai ajudar. Em casos mais graves e persistentes, o dermatologista refere que o uso de um anti-androgénio pode revelar-se necessário (e uma ida a um especialista, claro).

Tal como já tínhamos dito quando escrevemos sobre o que procurar em cada creme, produtos com ácido salicílico ou peróxido de benzoíla conseguem controlar o aparecimento de lesões de acne e melhorar a proliferação bacteriana. O mesmo se diz de uma boa rotina diária de limpeza (de manhã e à noite) com produtos específicos que não agridem a derme nem alteram a composição química do sebo, muito hidratante (durante o dia e que vai manter a pele hidratada para receber o produto de tratamento à noite), maquilhagem não comedogénica, não oleosa e, se possível, adaptada à pele com tendência acneica.

Mas porque procurar os tratamentos certos no meio de prateleiras cheias e cheias de sugestões não é fácil, reunimos alguns produtos que estão cientificamente comprovados como bons aliados no combate ao acne adulto.

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