Depois da desistência de Rui Rio, agora é a vez de Alberto João Jardim. Falando esta tarde em conferência de imprensa a partir do Funchal, o ex-líder do Governo Regional da Madeira pôs um ponto final ao tabu, deixando claro que não vai participar na corrida às Presidenciais e justificando a sua decisão. “Decidi não protagonizar quixotismos nas eleições presidenciais, apesar de, só na Madeira, ter reunido o volume necessário de apoios para apresentar a candidatura”, disse, acrescentando ainda que não possui “o dinheiro imprescindível aos moldes como decorre uma campanha presidencial”.

Lendo um discurso que foi ao mesmo tempo tornado público na sua página de Facebook, Jardim enumerou as dificuldades que teria pelo caminho caso caso avançasse para a corrida. Uma delas é a dificuldade de “acesso à opinião pública nas mesmas condições dos candidatos aceites e lançados pelo situacionismo do regime”. Outra é o financiamento, e outra é o facto de estar desalinhado politicamente face ao partido a que pertence, o PSD, e face ao sistema vigente:

“Presentemente não estou alinhado com a política austeritária da direcção nacional do partido a que pertenço, e cujo nascimento e consolidação ajudei (…) e sou adversário declarado do controlo do País pela plutocracia financeira e pelos grandes interesses internos e externos a Portugal”, disse.

Agradecendo àqueles que o ajudaram a pôr em marcha a sua eventual candidatura desde o dia 14 de julho, Alberto João Jardim disse ainda que decidiu recuar para não se “prestar a novas represálias institucionais” que diz ter vindo a ser sujeito devido às suas opções “livres e legítimas na vida pública”.

No fim, uma palavra de “amizade” e de apoio a Marcelo Rebelo de Sousa, até agora o único candidato assumido da área social-democrata. “Embora sejamos opostos na consideração do sistema político-constitucional que vem destruindo Portugal”, Jardim diz que confia na “coerência”, “valores” e “independência” do professor e ex-líder do PSD. “Confio no seu conhecido distanciamento à política austeritária da direcção do Partido a que pertencemos e na sua vontade de mudança”, disse, deixando certo que apoiará Marcelo na corrida a Belém.

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