Um diplomata da embaixada de Portugal em Angola visitou, este sábado, Luaty Beirão, o ativista luso-angolano que está em greve de fome há 27 dias. Na visita, também participaram diplomatas das embaixadas do Reino Unido, Espanha e Suécia, assim como o representante da delegação da União Europeia, em Luanda, avança o Público.

Luaty Beirão está internado, por prevenção, numa clínica em Luanda desde quinta-feira.

Os embaixadores dos vários países da União Europeia fizeram o pedido na quarta-feira, durante uma reunião com o ministro da Justiça angolano: “a UE está a desenvolver os contactos necessários junto das autoridades angolanas”, disseram os embaixadores ao ativista, de acordo com o jornal.

“O Luaty Beirão estava lúcido, a falar normalmente e, daquilo que os diplomatas puderam ver, bem acompanhado em termos médicos”, disse fonte do gabinete do ministro dos Negócios Estrangeiros português ao Público.

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O activista está a soro intravenoso, e terá melhorado desde que foi transferido da prisão de Calomboca, no Bengo, para o hospital-prisão de São Paulo em Luanda. Os familiares já não levavam alimentos, mas água e soro, desde que entrou em greve de fome.

Depois de três meses de prisão preventiva, Luaty Beirão protesta com a greve de fome, exigindo que todos os 15 ativistas presos a 21 de junho, acusados dos crimes de actos preparatórios de rebelião e atentado contra o Presidente, aguardem o julgamento em liberdade.

O Conselho Nacional de Juventude (CNJ) apelou este sábado à ação diplomática do Estado português junto do Estado angolano e das instâncias europeias e internacionais sobre o caso do ativista angolano Luaty Beirão, há 26 dias em greve de fome.

“O CNJ apela também às autoridades angolanas para que os ativistas detidos sejam presumidos inocentes, não sejam alvo de maus tratos e que tenham, em todas as fases processuais, garantia de livre acesso e preparação da sua defesa”, refere o conselho num comunicado hoje divulgado.

Manifestando a sua “preocupação” com o ponto de situação, no que concerne às questões relacionadas com os direitos e as liberdades fundamentais em Angola, o CNJ expressa a sua “solidariedade” para com todos aqueles que se mobilizam e manifestam ativamente e pacificamente por esta causa, como Luaty Beirão.

O CNJ, no mesmo comunicado, apela ainda à “independência entre o poder político e o sistema judicial em Angola” e a que as autoridades angolanas “terminem com a prática de prisões sem acusação prévia, perseguição e intimidação de ativista”, e que defendam o direito de liberdade de associação, reunião e expressão em Angola.