A hashtag #LegosforWeiwei está a multiplicar-se pelas redes sociais. Depois de Ai Weiwei ter visto a sua encomenda negada pela Lego, os fãs do artista e ativista chinês estão a ir ao fundo do baú buscar as peças da infância para ajudar o artista a concretizar a exposição “Andy Warhol / Ai Weiwei”.
“Eu sabia que tinha guardado todos os Legos por alguma razão”, pode ler-se em algumas mensagens espalhadas pelo Twitter. O artista, que continua a viver na China, até já montou um ponto de recolha junto ao seu atelier: um carro vermelho com o tejadilho entreaberto o suficiente para que caibam as peças Lego que os seus fãs queiram doar.
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Tudo começou em junho, quando o atelier do artista começou a desenhar as obras de arte para a exposição “Andy Warhol / Ai Weiwei”, a inaugurar na National Gallery of Victoria em Melbourne, na Austrália. Para a elaboração de algumas obras era necessária “uma grande quantidade de peças Lego”, pode ler-se na página de Instagram de Ai Weiwei. O museu decidiu, então, fazer a encomenda diretamente à empresa dinamarquesa.
A resposta chegou em setembro e a Lego negou-se a satisfazer o pedido. Não por causa das recentes notícias que dão conta da falta de capacidade para satisfazer todos os pedidos até ao Natal, mas sim alegando várias políticas da empresa, tais como a impossibilidade de aprovar a utilização “para fins políticos, religiosos, racistas, obscenos ou difamatórios”.
A exposição está relacionada com o tema da liberdade de expressão e o artista acusa a Lego de discriminação e de censura, lembrando que, a 21 de outubro, foi anunciada a abertura de uma Legoland em Shangai, como parte da expansão da marca na China.
Depois de o artista ter tornado pública a resposta da Lego, fãs de todo o mundo ofereceram-se para contribuir com peças. De tal maneira que Ai Weiwei já anunciou que vai criar pontos de recolha em várias cidades para criar uma obra em defesa da liberdade de expressão e da “arte política”. O projeto será anunciado em breve.
Quem quiser contribuir pode acompanhar a página do artista e, na impossibilidade de colocar em mãos as peças Lego dentro do carro, pode enviar para a morada do atelier, na China.