Mais de 60 ministros do Ambiente de todo o mundo reúnem-se a partir deste domingo em Paris para concluir os preparativos da cimeira internacional do clima, que começa no final deste mês na capital francesa.
Após uma sessão de abertura conduzida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros francês e presidente da Conferência do Clima Paris 2015 (COP21), Laurent Fabius, e pelo ministro do Ambiente peruano e presidente da Cimeira da ONU sobre as negociações climáticas em Lima (COP20), Manuel Pulgar Vidal, os representantes de todo o mundo começaram a debater divergências e as várias etapas necessárias para alcançar a ambiciosa meta global: limitar o aumento da temperatura global no nível recomendado de dois graus Celsius.
Na sua intervenção, Fabius destacou que este encontro preparatório da cimeira — “o maior realizado até hoje ” -, tem como objetivo avançar com os trabalhos para a concretização de um acordo global “ambicioso”, reconhecendo, no entanto, que o processo será “muito difícil e renhido, porque as posições defendidas não são as mesmas”.
“Já foi feito muito trabalho, mas como acontece nas corridas de longa distância, muitas vezes os últimos quilómetros são os mais difíceis”, referiu o chefe da diplomacia francesa, recordando que o projeto de texto do futuro acordo de Paris foi recentemente alcançado por negociadores na cidade alemã de Bona.
“Muitos preferiam um texto mais curto, mas está estruturado (…) e mais importante foi aceite” como base para as negociações finais em Paris, acrescentou Laurent Fabius, esperando que o texto alcançado em Bona consiga reunir o apoio político necessário e abrir caminho para um acordo final.
Segundo Fabius, a ambição (do acordo) não passa só pela redução de emissões de gases de efeito de estufa, nomeadamente as emissões de dióxido de carbono (CO2), mas também pela ampliação dos meios financeiros e tecnológicos para a luta contra as alterações climáticas.
A equidade entre os países desenvolvidos e as nações em desenvolvimento e os respetivos contributos é outra das questões que está sempre em foco.
“Se não chegarmos a um acordo [na cimeira de Paris], a opinião pública internacional não irá perceber. Mais tarde será tarde demais. Espero que os ministros estejam à altura da responsabilidade”, concluiu.
Entre os países presentes nesta reunião preparatória estão os principais emissores de gases de efeito de estufa como Estados Unidos, China, Índia, Brasil ou Rússia, mas também os países mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas como Bangladesh ou o Níger.
Esta reunião ministerial decorre até terça-feira na capital francesa.