O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Laurent Fabius, afirmou no domingo no Brasil que os membros do autoproclamado Estado Islâmico (EI) “são uns monstros, mas são 30 mil”.

Em declarações à agência AFP, o chefe da diplomacia francesa disse que “é necessário lutar de forma implacável contra a Daech”, acrónimo árabe da organização terrorista, que reclamou a autoria dos atentados de 13 de novembro, em Paris, que mataram 130 pessoas, incluindo dois portugueses, e feriram mais de 300.

Laurent Fabius está no Brasil para tratar da cimeira mundial do clima de Paris, que começa a 30 de novembro.

Para o ministro dos Negócios Estrangeiros, “será inconcebível que uma frente de nações, incluindo a França, os Estados Unidos, a Alemanha, o Reino Unido, a Turquia e outros países, não consiga neutralizar” os elementos do EI.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Segundo Fabius, será também necessário “encontrar uma solução política” para a guerra na Síria, “que fez 300 mil mortos, milhões de refugiados e que tem consequências em toda a região, e no mundo inteiro”.

O plano adotado numa reunião internacional em Viena, Áustria, e que visa uma transição política na Síria, representa para o ministro uma pequena luz ao fundo do túnel, apesar de o calendário previsto para a concretização de medidas ser “extremamente complexo” e difícil de respeitar.

O calendário para a saída da Síria da crise prevê uma reunião, até 01 de janeiro, entre o regime do Presidente Bachar al-Assad e a oposição, a formação de um governo de transição em seis meses, a adoção de uma nova Constituição em ano e meio e a realização de eleições livres.

França e Estados Unidos impõem como condição prévia a qualquer solução política para a Síria a saída do poder de Bachar al-Assad, ao contrário da Rússia.

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês e o Presidente François Hollande deslocam-se esta semana a Washington e a Moscovo para encontros com os presidentes norte-americano e russo sobre a Síria.