O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, pediu aos países do Golfo que aceitem mais refugiados da Síria, alertando que um “desastre humanitário” pode rebentar nos Balcãs se a Europa não controlar as suas fronteiras.

“Digo-o de novo, a Europa não pode aceitar todos os refugiados que vêm da Síria. É por isso que precisamos de uma solução diplomática, militar e política na Síria”, afirmou Valls, na sexta-feira à noite.

“Todos os países têm de cumprir o seu papel. Estou a pensar particularmente nos Estados do Golfo”, disse o primeiro-ministro francês durante um encontro com residentes de Evry, nos arredores de Paris, em que debateu a resposta aos ataques à capital, no passado dia 13.

A maioria dos quatro milhões de refugiados sírios que fugiu do seu país desde o início da guerra civil deslocou-se para as vizinhas Líbia, Jordânia e Turquia.

No entanto, a Arábia Saudita, o Qatar, os Emirados Árabes Unidos e outros Estados do Golfo mantiveram as portas fechadas, enquanto a Europa enfrenta dificuldades em adotar uma política comum para lidar com as centenas de milhares de refugiados que chegam às suas fronteiras.

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Se as fronteiras da União Europeia não forem adequadamente controladas, “vamos assistir a um desastre humanitário nos Balcãs este Inverno e a Europa vai voltar a fechar-se”, alertou Valls.

Rejeitando qualquer ligação entre verdadeiros refugiados e terroristas, o primeiro-ministro francês sublinhou, no entanto, o perigo de terroristas serem autorizados a entrar na União Europeia, juntamente com os que fogem da guerra.

“Tudo o que basta é que alguns terroristas se misturem com o fluxo de refugiados, e as pessoas da Europa vão começar a dizer ‘Esperem, se os terroristas se estão a relacionar com os refugiados, isso significa que todos os refugiados representam uma ameaça'”, disse.

Mais de 800.000 migrantes chegaram à Europa por mar desde o início do mar, a maioria vindos do Médio Oriente.