Depois de 10 horas de intenso debate, o Parlamento do Reino Unido votou esta quarta-feira a favor de o país se juntar aos ataques aéreos contra o grupo extremista Estado Islâmico, na Síria. Logo de seguida, quatro aviões da RAF descolaram da base do Chipre e confirmaram a ordem dada: quatro bombardeiros ‘Tornados’ da Força Aérea Real britânica realizaram a “primeira operação ofensiva na Síria e conduziram ataques”, confirmou um porta-voz do ministério da Defesa.
Labour dividido dá força aos ataques
A proposta apresentada pelo primeiro-ministro, David Cameron, foi aprovada com 397 votos a favor e 223 contra. O Reino Unido vai agora associar-se à coligação de países, liderada pelos Estados Unidos, que está a fazer bombardeamentos aéreos na Síria. Uma vontade que já tinha sido rejeitada pelo parlamento de Londres em 2013.
Os atentados de 13 de novembro, em Paris, vieram dar nova força à tomada da decisão, cujo desfecho era muito imprevisível, dado que o Partido Trabalhista se mostrava dividido, uma vez que o líder Jeremy Corbyn deu liberdade de voto dentro do partido. De acordo com o britânico The Guardian, 66 deputados trabalhistas apoiaram a proposta do Governo.
Entre as maiores preocupações de quem votou contra estão as mortes de inocentes que derivam dos bombardeamentos, para além das vidas dos próprios soldados britânicos. É o caso de Jeremy Corbyn. Numa mensagem publicada nas redes sociais, lamentou que as vias diplomáticas não tenham sido a aposta principal e acusa David Cameron de não ter argumentos que justifiquem a intervenção militar inserida num plano mais global e convincente.
British service men and women will now be in harm’s way and the loss of innocent lives is sadly almost inevitable pic.twitter.com/z338VAmIai
— Jeremy Corbyn (@jeremycorbyn) December 2, 2015
“Acredito que o Reino Unido tomou a decisão acertada para menter o país seguro”, disse por seu turno David Cameron.