As dez horas de debate que decorreram na Câmara dos Comuns durante quarta-feira e que culminaram na aprovação dos ataques aéreos à Síria, produziram algumas das tomadas de posição mais fortes contra o Estado Islâmico e entre elas está o discurso de Hilary Benn, membro dos trabalhistas e ministro-sombra dos Negócios Estrangeiros. Descreveu o Estado Islâmico como “fascistas”, comparando-os a Mussolini e Hitler. Veja o vídeo.

“Estamos a ser confrontados com fascistas. Não só com a sua calculada brutalidade, mas a sua crença de que são superiores a todos nós que aqui estamos nesta câmara esta noite, mas também a todas as pessoas que representamos”, explicou o trabalhista que anunciou no início do seu discurso que votaria a favor dos ataques aéreos e à revelia do líder do seu partido, Jeremy Corbyn, que se opôs a esta ação militar.

Com experiência no Parlamento britânico, mas também nos governos trabalhistas, Hilary Benn protagonizou um dos discursos mais eloquentes do debate e que se está a tornar viral na internet. No início da sua comunicação, Benn disse que o líder do seu partido não era um terrorista como Cameron chegou a dizer, mas sim “um homem honesto, decente e bom”, apesar de os pontos de vista sobre os ataques aéreos à Síria serem diferentes. O trabalhista disse que o Reino Unido tem “um dever moral” de reforçar a sua participação nos esforços internacionais.

Durante o discurso enumerou várias atrocidades cometidas pelos terroristas, afirmou que a ONU tinha concedido permissão internacional para se levar a cabo esta missão e que o Reino Unido não podia deixar de ser solidário com a França, especialmente mediante um pedido de François Hollande, também socialista, apelando ao apoio do seu partido para esta intervenção. “O que sabemos de fascistas é que precisam ser derrotados. […] Foi por isto que esta câmara se ergueu contra Hitler e Mussolini. Está na hora de nós fazermos o que temos a fazer na Síria”, disse Hilary Benn, garantindo que o Estado Islâmico despreza os britânicos, os seus valores e a democracia ocidental.

O Parlamento acabou por aprovar os ataques à Síria e ao Iraque com 397 votos a favor e  223 votos contra. Entretanto, os primeiros ataques já aconteceram durante a noite.

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