A economia norte-americana criou mais 211 mil novos postos de trabalho em novembro, mais do que o previsto pelos economistas. Já no mês anterior tinham nascido 298 mil empregos (não-agrícolas), um valor que foi revisto em alta face ao que tinha sido avançado inicialmente. Estes dados terão sido a última confirmação de que a maior economia do mundo está pronta para uma subida da taxa de juro – que a Reserva Federal deverá anunciar já nos próximos dias.

O crescimento do número de postos de trabalho veio acompanhado do anúncio de que a taxa de desemprego permaneceu num mínimo de sete anos, nos 5%. Indicadores que sugerem que “há uma grande probabilidade de que a Fed aumente a taxa de juro na reunião de 15/16 de dezembro”, diz o Commerzbank em nota de reação aos dados divulgados esta sexta-feira pelo Departamento do Trabalho.

A Reserva Federal tem como mandato duplo a) o controlo da inflação em níveis superiores aos que se verificam atualmente e b) promover o emprego. Se tem havido alguns sinais de que a inflação estará, finalmente, a dar sinais de poder subir, as notícias na frente do emprego dificilmente poderiam ser melhores. As melhorias do emprego levarão, aliás, pelo menos em teoria, a uma aproximação da inflação ao objetivo da Fed (2%).

“Os dados recebidos no plano do emprego são suficientemente bons para defender uma subida dos juros na próxima reunião”. A confirmar-se, será a primeira subida dos juros desde 2006 (antes da crise financeira). A taxa de juro está em 0% a 0,25%, um mínimo histórico onde está desde 2008.

Tem sido grande a antecipação quanto a esta primeira subida. Assim, a confirmar-se, o enfoque dos mercados mundiais passará, então, para a velocidade com que a Reserva Federal elevará as taxas de juro ao longo dos próximos anos. O BCE avisou, recentemente, que um ciclo de subidas demasiado repentino poderá ser um perigo para os mercados emergentes e, também, para a zona euro. Uma questão sobre a qual o Observador já se tinha debruçado neste trabalho intitulado A Fed está prestes a bater as asas e subir os juros. O mundo aguenta?

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