Neste dia decisivo para Espanha, os líderes dos principais partidos votaram cedo para pedirem aos espanhóis que se mobilizem a votar nestas eleições e assim mudarem as política no país. Mas os espanhóis não parecem estar tão mobilizados quanto os líderes: até às 14 horas de Espanha, a afluência às urnas era inferior à de 2011. À esquerda e à direita (sem PP), todos falam na esperança de uma mudança de políticas.

Pedro Sánchez, o secretário-geral do PSOE, foi dos primeiros a votar. Na Assembleia de Voto do Centro Cultural Volturno, em Pozuelo de Alarcón (município de Madrid), Sánchez considerou as eleições gerais de hoje “uma jornada histórica”. “Já cheira a mudança” quanto ao “rumo que Espanha precisa”, disse. O líder dos socialistas espanhóis mostrou confiança junto dos representantes do partido que o acompanhavam com um sintomático: “Camaradas, vamos lá ganhar”.

Albert Rivera, o candidato do Ciudadanos, e o homem que está debaixo de todas as atenções no dia de hoje por poder decidir qual vai ser o próximo Governo espanhol – Rivera admitiu coligar-se com o vencedor para formar maioria – apelou à mobilização dos espanhóis: “Hoje é um dia importantíssimo para a democracia espanhola (…). Estamos a viver momentos históricos, uma segunda Transição democrática, uma nova era”, disse à saída das urnas. O líder do Ciudadanos falou sobretudo para os indecisos e os jovens que habitualmente se abstêm, para que as eleições gerais deste domingo registem “um recorde histórico de participação”. “Nunca aconteceram mudanças com uma participação baixa”, disse Rivera, mostrando-se convencido de que “Espanha vai mudar esta noite, aconteça o que acontecer, ganhe quem ganhe”.

Dos partidos emergentes, o líder do Podemos também se mostrou confiante. Pablo Iglesias reafirmou hoje ao votar que Espanha “está a viver uma nova transição” e mostrou-se convencido de que a história do país vai mudar com estas eleições gerais.

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“Os cidadãos vão dar uma lição de democracia”, disse Iglesias, acrescentando que “nestas eleições todos os votos contam”. Após votar, Iglesias desejou “a máxima participação” nesta votação, que representa “um antes e um depois” para a democracia espanhola, disse.

O atual líder do Governo espanhol, mostrou-se satisfeito pela participação nas eleições. “Está muita gente a votar”, disse.

O país está dividido por ambições independentistas, os espanhóis unem-se para eleger os 350 deputados do novo parlamento. Sob o espetro da incerteza a votação decorre até as 20h00 locais (menos uma hora em Lisboa). Se por um lado uma maioria absoluta para o PP parece para já uma realidade inalcançável, tendo em conta as sondagens. O que parece mais certo é a queda dos partido do “arco da governação”, o PP e o PSOE que perderão cerca de 20% dos votos, e ascensão do Ciudadanos e do Podemos.

Nota: Texto editado por Liliana Valente