A guerra das operadoras de televisão pelos direitos de transmissão do futebol português chegou à Segunda Liga. Longe dos milhões oferecidos aos três grandes, a MEO vai pagar 1,5 milhões de euros a cada um dos 19 clubes que aceitaram o acordo válido para três temporadas.
Quem o revelou foi José Godinho, presidente da Oliveirense e porta-voz da comissão de clubes da Segunda Liga, em declarações ao jornal O Jogo: “A MEO apresentou uma proposta a alguns clubes. A comissão de clubes reuniu-se e aceitou, mas centralizando os direitos televisivos”.
O negócio não engloba as equipas B, que, entre outras coisas, não podem subir de divisão, e entra em vigor na época 2016/2017. Por temporada os clubes vão então encaixar 500 mil euros mas, se conseguirem a subida à Primeira Liga, o valor triplica e passa a ser de 3,5 milhões de euros.
José Godinho confirmou esta situação deixando também críticas em relação à atuação de Pedro Proença em todo o processo: “Não foi capaz de negociar. Era a bandeira eleitoral e saiu muito fragilizado, mas acho que tem condições para continuar”.
Com este acordo, a MEO fica com os direitos televisivos de toda a II Liga, que se junta assim ao FC Porto, a quem a operadora pagou 457,5 milhões pode dez épocas. Do outro lado está a NOS, que ganhou a corrida pelo Benfica (400 milhões) e pelo Sporting (446 milhões) e ainda outros oito clubes da I Liga. Ou seja, existem apenas 8 clubes da I Liga cujos direitos de transmissão continuam no mercado.
Esta reviravolta no mercado aconteceu depois da Autoridade da Concorrência, na sequência de uma queixa da Liga de Clubes no tempo de Mário Figueiredo, ter acusado a PPTV/Olivedesportos de Joaquim Oliveira de não cumprir as regras de mercado/monopólio. Oliveira propôs então ‘remédios’ para alterar a situação, aceites pela reguladora e pelos restantes envolvidos (clubes e Liga). Essa proposta limitou todos os contratos a um máximo de três anos e eliminou as cláusulas de preferência e de suspensão (suspendia os contratos em caso de descida de divisão).
A renegociação foi feita com todos os clubes da I Liga (à exceção do Benfica, que já tinha cortado com Oliveira), cujos acordos terminam em 2018. Com a II Liga, havia a possibilidade destes porem termo, sem qualquer penalização, com a Olivedesportos, o que acabou por acontecer com a maioria.