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A minha canção favorita de David Bowie? Eles escolheram estas

Este artigo tem mais de 5 anos

David Bowie influenciou muitos artistas, de vários géneros da música. Ao jornal The Guardian, alguns músicos (do metal, ao folk) elegem o seu tema preferido do inglês.

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Express Newspapers/Getty Images

Express Newspapers/Getty Images

David Bowie influenciou músicos de todas as áreas: do metal ao folk, do synthpop ao britpop. Ao jornal The Guardian, vários músicos contemporâneos elegem o seu tema preferido do músico inglês, homenageando-o dessa forma. Entre eles estão Florence Welch (líder dos Florence and the Machine), Elly Jackson (vocalista dos La Roux), Marianne Faithfull, Graham Coxon (guitarrista dos Blur) e Corey Taylor (vocalista dos Slipknot). Estas são as suas escolhas:

Florence Welch

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - SEPTEMBER 14: Florence Welch of Florence and the Machine performs on stage during a concert in the Rock in Rio Festival on September 14, 2013 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by Buda Mendes/Getty Images)

Buda Mendes/Getty Images

A líder dos Florence and the Machine – que atuam em Portugal em abril deste ano – diz que a escolha não é fácil, mas opta por “Young Americans” (tema do álbum com o mesmo título, de 1975).

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“É difícil escolher a minha canção favorita do Bowie porque todas influenciam bastante a minha vida. [Mas] algo em “Young Americans” teve um grande impacto em mim, na minha adolescência: descobri-a quando comecei a interessar-me pela música, por festas e por rapazes, e tinha este lado estiloso, confiante, com soul. (…) Ele tem imensa atitude na forma como canta os versos. (…) Esta canção fez-me sentir livre enquanto adolescente, como se me tivesse dado a chave para um mundo alternativo, que estava para além da escola ou de casa. Eletrificou-me”.

Graham Coxon

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O guitarrista da icónica banda inglesa dos anos 1990, Blur, escolhe um outro tema do “camaleão” da pop: “Ashes to ashed”, incluído no álbum Scary Monsters (And Super Creeps), de 1980. Na data em que o single saiu, Graham Coxon tinha 11 anos: mas a memória dessa audição ficou-lhe para sempre e, diz, continua a arrepiá-lo.

[Nessa altura] a “Ashes to Ashes” estava nos tops, juntamente com a “Start!”, dos The Jam, e essas foram as duas canções que causaram uma enorme impressão em mim. Elas são muito diferentes – a dos Jam era fácil lá chegar, através dos Beatles, mas a “Ashes to Ashes” era muito menos familiar ao meu ouvido. Fez algo de semelhante ao meu cérebro, contudo – tal como a “Tomorrow Never Knows” [canção dos Beatles] fez quando eu tinha quatro ou cinco anos. Adorei o som da canção. As letras vagas que uma criança de 11 anos não conseguiria desvendar – aborda os vícios, a natureza horrífica destes, em vez da maneira oposta como a ideologia rock andn roll normalmente os celebra. (…) A minha reação à ressonância das letras em “Ashes to Ashes” – I never done good things / I never done bad things – despertam-me e arrepiam-me cada vez que as oiço.

Marianne Faithfull

English singer Marianne Faithfull releases her new album 'Faithless', March 1978. (Photo by Evening Standard/Hulton Archive/Getty Images)

Evening Standard/Hulton Archive/Getty Images

A cantora e compositora britânica Marianne Faithfull, que tem uma carreira que se iniciou há já cinco décadas, escolhe um dos temas mais conhecidos de Mr. Bowie: “Heroes”, single do álbum com o mesmo o nome, editado em 1977. O álbum não é o favorito de Marianne Faithfull: esse é Young Americans, de 1975. A inglesa explica a escolha:

O disco mais sofisticado que ele [David Bowie] fez foi o Young Americans. Mas acho que a “Heroes” é realmente a sua grande canção, porque faz as pessoas sentirem-se melhores, sentirem-se bem. We can be heroes, just for one day – é um sentimento maravilhoso. Ele (…) era muito generoso com o seu trabalho. O lado negro é muito mais fácil; dar realmente às pessoas coisas que as façam sentirem-se felizes é muito difícil e fazê-lo de uma maneira artística realmente bonita é ainda mais difícil. (…) Eu aprendi bastante com ele a escrever canções – e a não ir para Berlim e a não usar cocaína nem heroína. (…) Não vejo a sua morte como sendo assim tão terrível, honestamente. É terrível para todos os outros — mas olhem para o que ele deixou para trás, o quanto ele deu [ao mundo].

Corey Taylor

RIO DE JANEIRO, BRAZIL - SEPTEMBER 25: Corey Taylor from Slipknot performs at 2015 Rock in Rio on September 25, 2015 in Rio de Janeiro, Brazil. (Photo by Raphael Dias/Getty Images) *** Local Caption *** Corey Taylor

Raphael Dias/Getty Images

Quem diria que Corey Taylor, vocalista e letrista dos Slipknot, é fã de David Bowie? É difícil encontrar uma influência direta do camaleão da pop na música do grupo norte-americano: mas que este se assume fã de Bowie, isso assume. “Eu adorei tudo o que ele fez, mas essas duas canções são realmente as minhas favoritas”, falando de “Ashes to Ashes” e de “Fashion” — ambas do álbum Scary Monsters (And Super Creeps), de 1980.

https://www.youtube.com/watch?v=GA27aQZCQMk

Não consigo escolher que canção do Bowie mais gosto, mas é definitivamente uma das duas, entre a “Ashes to Ashes” e a “Fashion”. São ambas muito negras e fantásticas à sua maneira. Adorei tudo o que ele fez, mas essas duas canções são definitivamente as minhas preferidas. Não há maneira de resumir o David Bowie em uma mão cheia de frases – o homem merece o seu próprio volume de enciclopédias. Ele é e sempre será um dos meus favoritos e espero apenas poder chegar perto daquilo que ele atingiu.

La Roux

GLASTONBURY, ENGLAND - JUNE 25: La Roux performs live on the Other Stage during Day 2 of the Glastonbury Festival on June 25, 2010 in Glastonbury, England. This year sees the 40th anniversary of the festival which was started by a dairy farmer, Michael Evis in 1970 and has grown into the largest music festival in Europe. (Photo by Ian Gavan/Getty Images)

Ian Gavan/Getty Images

A cantora Elly Jackson, líder do projeto de synthpop britânico La Roux, também falou ao jornal britânico sobre a sua canção favorita de David Bowie: escolheu “Fascination” do álbum Young Americans. E explicou o porque desse álbum a ter influenciado tanto:

[Em Young Americans, o David Bowie] está a tentar reinterpretar a música soul, mas não apenas como um branco que nos faz sentir desconfortável — ele traz um certo tipo de arte e drama que é apenas seu. (…) O Bowie sempre soou a Bowie, independentemente das influências que teve [soou sempre original]. (…) Há uma parte de guitarra no segundo verso que contrasta com outra guitarra, quando a ouvi [à canção] pela primeira vez acho que chorei de felicidade durante uns 30 minutos. Senti como se a canção tivesse sido escrita só para mim, e é isso que o Bowie conseguia fazer com a sua música.

Também nas redes sociais vários músicos e bandas foram publicando temas do camaleão da pop inglesa, falecido na passada segunda-feira. Entre elas estão os norte-americanos Sonic Youth, importante (e marginal) banda no panorama rock dos anos 1990, que partilharam na sua página de Facebook o tema “Sorrow” (do álbum Pin Ups, de 1973) e uma colaboração ao vivo entre a banda e David Bowie, no âmbito do concerto “David Bowie e amigos”, de 1997, no Madison Square Garden (Nova Iorque):

Os Temples, uma das mais promissoras bandas britânicas da atualidade – de quem Noel Gallagher, dos Oasis, é um grande fã, e que atuaram na última edição do Vodafone Paredes de Coura -, também partilharam a sua homenagem ao músico, mas de uma forma diferente: partilharam um excerto das letras do tema “Memory of a Free Festival” (editado em 1969, no álbum homónimo):

"Resting on our handsIt was God's landIt was ragged and naiveIt was Heaven" - 'Memory Of A Free Festival', David Bowie

Publicado por Temples em Segunda-feira, 11 de Janeiro de 2016

Já o músico folk Kristian Matsson (aka The Tallest Man on Earth) deixou uma homenagem diferente: pintou a sua cara em homenagem a Bowie:

@spkmatsson Lost and insecure, my teens before finding David Bowie. And all of a sudden imagination could be used for...

Publicado por The Tallest Man On Earth em Segunda-feira, 11 de Janeiro de 2016

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