A subdiretora-geral da Saúde afirmou que o vírus da gripe A, diagnosticado recentemente em 13 pessoas nas urgências do Hospital da Guarda, não é pandémico e é menos perigoso do que o verificado há seis anos.
Graça Freitas comentava assim à agência Lusa o anúncio na terça-feira pela Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda de que o serviço de urgências do hospital daquela cidade diagnosticou este mês 13 casos de Gripe A e deu uma “resposta eficaz” à situação.
Em declarações à Lusa, a subdiretora-geral da Saúde salientou “não haver motivos para alarme”.
“Existem basicamente dois vírus importantes que circulam entre os humanos, os de tipo A e B. No grupo A, há o H1N1 e o H3N2. O que se chama A, que foi batizado em 2009 e que originou uma pandemia, tinha na altura um padrão de comportamento diferente, era mais agressivo e as pessoas não tinham imunidade para esses vírus”, explicou.
Graça Freitas adiantou que, depois da pandemia em 20019/2010, estes vírus continuaram a circular entre os seres humanos, em épocas gripais seguintes.
“Entretanto, nós vamos adquirindo imunidade natural através do contacto com o vírus e através da vacinação. Agora, em 2015/2016, estes vírus são habituais. Aliás é o vírus dominante este inverno, mas isso não lhe confere nada de especial, uma vez que não é um vírus pandémico”, sublinhou.
Segundo Graça Freitas, o vírus não tem as mesmas características e ganhou imunidade natural e vacinal.
“O que se está a passar agora é que há uma subida da atividade gripal que deverá atingir um pico ainda não sabemos quando. Mas, é o movimento normal da gripe”, declarou.
Contudo, referiu Graça Freitas, os vírus podem sofrer mutações e, por isso, as autoridades de saúde “estão atentas”.
A subdiretora-geral da Saúde voltou a apelar às pessoas para que, antes de se deslocarem aos Serviços de Saúde, contactem primeiro a linha de Saúde 24, através do número de telefone 808242424.
O Gabinete de Comunicação e Imagem do hospital da Guarda informou na terça-feira, em comunicado, que “não há qualquer motivo acrescido para alarme” junto da população, assegurando que a unidade de saúde dispõe de todas as condições de resposta eficaz para este tipo de situações”.
O mais recente Boletim da Vigilância Epidemiológica da Gripe, divulgado pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge na semana passada, dava conta de que a atividade gripal esteve em baixa na semana de 28 de dezembro a 03 de janeiro, mas com tendência para crescer.
De acordo com o boletim, publicado semanalmente, às quintas-feiras, a taxa de incidência da síndrome gripal aumentou para 51,4 casos por 100.000 habitantes, o que indica “provável início do período epidémico”.
Segundo o boletim, na semana de 28 de dezembro a 03 de janeiro foram admitidos dez novos casos de gripe nas 23 unidades hospitalares de cuidados intensivos que reportaram informação.
Cerca de 70% dos pacientes tinham doença crónica subjacente, “considerada de risco para a evolução do quadro de gripe”, com a maioria, 80%, a rondar uma idade entre os 15 e os 64 anos.
A taxa estimada de admissão por gripe nas unidades de cuidados intensivos é de 4,4%, a mais alta desde o início da época gripal, tendo sido identificado o vírus A em todos os doentes.