O conselho de administração da Apple está a recomendar aos acionistas que “votem contra” uma proposta de aumento da diversidade no conselho de administração e gestão de topo. Por diversidade entende-se ter mais mulheres, negros e pessoas pertencentes a outras minorias nos cargos de topo.

A notícia é avançada pela Quartz, ainda sem um comentário oficial da empresa. Na nota enviada aos acionistas, lê-se que a proposta para aumentar a diversidade é “demasiado morosa” e “desnecessária” e, portanto, o conselho aconselha que os acionistas vetem a proposta. Esta é a imagem que está a circular como sendo a nota referida:

A notícia desta sexta-feira surpreende visto que, ainda em agosto, Tim Cook defendia que a diversidade devia ser uma prioridade e explicava o quão “diverso é o processo de recrutamento” da empresa.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A verdade é que, se analisarmos a constituição dos grandes quadros da empresa, a figura dominante é o homem branco. Nos primeiros lugares, desde o CEO Tim Cook até ao principal chefe de operações, há 11 lugares — 10 homens brancos e 1 mulher branca. No conjunto dos 7 vice-presidentes que a empresa tem, há 5 homens brancos, uma mulher branca e uma mulher negra. O conselho de administração segue o mesmo padrão — em oito lugares, há um negro e duas mulheres.

Aumentar a diversidade é uma das recentes metas das empresas de tecnologia. A organização Thirty Percent Coalition, que trabalha com várias empresas para chegar aos 30% de mulheres nos conselhos de administração, contou 25 resoluções relacionadas com o aumento da diversidade nos planos da primeira metade de 2015. A Quartz nota ainda que, segundo vários estudos, as empresas com mais diversidade nos conselhos de administração aumentam os lucros.

No fim do ano passado, um dos acionistas da Apple pressionou a empresa para investir na diversidade racial e pedia mais “pessoas de cor” nos lugares de topo, noticiava a Bloomberg. Aguarda-se agora uma explicação da gigante de Tim Cook.