No rescaldo da apresentação, esta terça-feira, do movimento DiEM 2025 (sigla em inglês para Movimento Democracia na Europa), o antigo ministro das Finanças grego, Yannis Varoufakis, concedeu uma entrevista ao Independent onde diz pretender trazer de volta a democracia a uma Europa que está a regressar aos “modernos anos 30”.

O grego afirma que os “sinais estão por todo o lado” de que a Europa está a fazer ecoar outros tempos históricos: “Nós não temos os nazis a fazerem o Kristallnacht (a Noite de Cristal, durante a qual, em 1938, as autoridades começaram a destruir sinagogas e lojas judaicas e a agredir judeus na Alemanha e Áustria). Nós temos nazis a fazer coisas semelhantes num subúrbio da Grécia, onde eles atacam a meio da noite as lojas e casas de migrantes”.

Varoufakis admite que “existem grandes diferenças” entre os dois períodos históricos, mas defende que, “de uma perspetiva económica, temos terríveis semelhanças”.

Sobre o sistema democrático na Europa, a opinião do antigo ministro grego é simples: não existe. “Se o desemprego fosse 10-11% no Reino Unido ou nos Estados Unidos, a administração teria entrado em colapso. Mas na Europa nós não temos processo democrático”.

O antigo ministro das Finanças grego defende que as reuniões do Eurogrupo sejam filmadas, para que haja maior transparência. Outro órgão com deficiências é o Parlamento Europeu. Para Varoufakis, trata-se de um parlamento “só de nome”: “É o único parlamento de sempre que não pode legislar.”

Por tudo isto, defende que “as autoridades não sabem o que fazem”. “Eles inventam à medida que avançam, tal e qual como nos anos 20 e 30. Quando Hindenburg deu o poder a Hitler pensando que o podia controlar”.

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